Você sabia que existe um seguro que te ajuda a pagar suas dívidas e ainda te livra do nome sujo? Pois é. Esta é a função do seguro prestamista, uma modalidade de seguro que tem por objetivo garantir o pagamento de uma dívida, como um empréstimo ou um financiamento.
Parece maravilhoso, mas será que é muito caro contratar?
Para te explicar melhor como este seguro funciona, conversamos com os advogados Felipe Varela Caon, sócio do Serur Advogados; Guilherme Panisset Barreto Bernardes, do Chalfin, Goldberg & Vainboim Advogados e Maria Pia Buchheim, sócia do escritório Bastos-Tigre Advogados.
Eles explicaram tintim por tintim sobre esse seguro de nome esquisito, mas que pode ser muito útil na hora do aperto. Confira a seguir:
O que é um seguro prestamista?
O seguro prestamista é um tipo de seguro de vida que protege o crédito concedido por instituições financeiras, cobrindo o saldo devedor em caso de eventos específicos que impeçam o pagamento da dívida pelo segurado, como morte, invalidez, desemprego involuntário, entre outros.
Sendo assim, ao quitar ou pagar um determinado número de parcelas de um compromisso financeiro, este seguro evita que a dívida vá para os familiares do devedor, por exemplo.
E entre os tipos de dívidas para os quais o seguro prestamista pode ser utilizado, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), estão:
- Cheque especial de bancos;
- Cartão de crédito;
- Parcelamento na compra de bens móveis junto a rede varejista;
- Financiamento de imóveis;
- Financiamento de veículos;
- Consórcios;
- Empréstimos junto a instituições financeiras;
- Empréstimos junto a bancos.
Para quem o seguro prestamista é mais indicado?
O seguro prestamista é indicado para pessoas que tenham contratado um empréstimo, financiamento ou crédito consignado e desejam garantir a quitação total ou parcial da dívida em caso de imprevistos.
De acordo com Guilherme Panisset, o seguro prestamista vale especialmente a pena para as seguintes pessoas:
- Que são responsáveis financeiros por outras pessoas (pais, marido e mulher, filhos que cuidam dos pais, etc.);
- Que possuem dívidas de valor significativo, como financiamento de imóveis ou veículos;
- Que desejam proteger seus familiares ou herdeiros de arcar com dívidas em caso de morte ou incapacidade de trabalho, por exemplo.
Quais as coberturas mais comuns do seguro prestamista?
Normalmente, o seguro prestamista cobre os seguintes eventos:
- Morte: em caso de morte do segurado, a seguradora garante o saldo devedor do empréstimo quitando, desse modo, sua dívida.
- Invalidez permanente total por acidente: neste caso, a seguradora garante o pagamento da dívida caso o segurado fique incapacitado permanentemente de trabalhar por conta de um acidente.
- Desemprego involuntário ou perda de renda: nesta cobertura, a seguradora garante o pagamento das parcelas do empréstimo por um período específico em caso de perda involuntária do emprego ou perda de renda;
- Incapacidade temporária: geralmente a seguradora garante um valor fixo diário quando o segurado se afasta do seu trabalho temporariamente em casos de doença ou acidentes cobertos;
- Doenças graves: a seguradora quita ou reduz a dívida se o segurado apresentar uma doença grave coberta pela apólice.
Como contratar um seguro prestamista?
O seguro prestamista está atrelado a obrigação assumida pelo segurado, com o objetivo de cobrir o saldo devedor. Geralmente, a oferta do seguro ocorre no momento em que se adquire a obrigação, uma vez que o credor faz um acordo com as seguradoras para oferecer este seguro aos seus clientes.
Contratar o seguro prestamista deixa a prestação muito cara?
O valor do prêmio do seguro prestamista depende de diversos aspectos, como o perfil do segurado (idade, profissão, saúde etc), o tipo de cobertura contratada e a instituição financeira, resume a advogada Maria Pia.
Geralmente, o valor do seguro prestamista é incluído no valor das parcelas do empréstimo. “O custo representa, em média, entre 0,5% e 5% do valor da prestação”, afirma Guilherme Panisset.
É obrigatório contratar um seguro prestamista?
Não. De acordo com a Susep, o consumidor não está obrigado a contratação do seguro. Porém, de acordo com os advogados, o pode ocorrer é as instituições financeiras condicionarem a concessão do crédito à contratação do seguro, sem o qual o empréstimo não seria viável, pelo risco do não recebimento do valor cedido.
Quais são os riscos excluídos?
Os riscos excluídos variam conforme a apólice, mas geralmente incluem as seguintes hipóteses, explica Felipe Caon:
- Suicídio;
- Desemprego voluntário;
- Doenças preexistentes não declaradas (no momento da contratação);
- Atos ilícitos cometidos pelo segurado e;
- Eventos decorrentes de guerra, terrorismo, ou atividades perigosas não declaradas.
