Finanças

Único bilionário da Venezuela enfrentou Maduro e viveu tragédia

Juan Carlos Escotet. O empresário de 65 anos é o único bilionário da Venezuela, de acordo com o ranking dos mais ricos da revista Forbes. Para efeito de comparação, o número de super-ricos chega às dezenas no Brasil e passa de centenas, por exemplo, nos Estados Unidos.

Segundo a publicação, a fortuna de Escotet é estimada em US$ 4,5 bilhões. Ou seja, o que representa pouco mais de R$ 25 bilhões na cotação atual da moeda americana. Ele é o único venezuelano a superar a marca de US$ 1 bilhão, que é o mínimo de fortuna que alguém precisa ter para figurar no ranking da revista.

Mas quem é Escotet, como ele ficou rico e quais as suas relações com o regime de Nicolás Maduro? Pressionado pela comunidade internacional, Maduro tem reiterado que venceu as eleições presidenciais realizadas em julho, embora não tenham sido apresentadas as atas da votação, como exigido pelo Brasil e por outros países.

Entre o que se sabe sobre a vida pessoal do bilionário, está uma tragédia, com a morte trágica de um filho em um acidente, e a paixão pelo futebol. Juan Carlos Escotet assumiu em julho deste ano como presidente do La Coruña, tradicional time espanhol que hoje está na segunda divisão.

Quem é Juan Carlos Escotet, único bilionário da Venezuela?

Embora seja o único bilionário da Venezuela, Escotet, na verdade, não nasceu no país. O empresário de 65 anos nasceu em Madri, na Espanha, e também mantém cidadania espanhola. Inclusive, atualmente vive no país europeu.

Ele emigrou para a Venezuela na infância e cresceu na América Latina. De acordo com o perfil oficial do executivo na página de seu grupo, ele começou trabalhando no Banco Unión em 1979. Sete anos depois, deu início à sua própria corretora, que se tornaria o banco Banesco em 1991.

Hoje, o Banesco atua, além da Venezuela, no Panamá, na República Dominicana, na Colômbia e nos Estados Unidos. E Escotet ampliou seu negócio para o mercado europeu, com a compra dos bancos espanhóis Echevarría em 2012 e Abanca em 2013.

Juan Carlos Escotet, atualmente, é chairman do Banesco Grupo Financero Internacional.

Intervenção do governo Maduro em 2018

Seis anos atrás, o governo de Nicolás Maduro prendeu 11 executivos do Banesco, sob a acusação de que eles estariam articulando “ataques especulativos” contra a moeda local. À época, Escotet foi a público com um vídeo em que acusou Maduro de agir politicamente contra a sua empresa.

“É uma decisão exclusivamente política, tomada na ânsia de querer distrair a opinião pública dos sérios problemas que os venezuelanos enfrentam”, afirmou o banqueiro. Junto com a prisão, o governo de Nicolás Maduro também chegou a intervir na instituição financeira e administrá-la temporariamente.

Juan Carlos Escotet argumentou, então, que os “ataques especulativos” seriam um reflexo da escassez de papel-moeda e da crise venezuelana, que levava a busca por dólares para proteção dos ativos. “O problema é a escassez de papel-moeda, associada a um mercado que tenta proteger seus ativos adquirindo dólares, o que é o mais desejado por milhões de cidadãos”, disse.

Tragédia na vida familiar

Em 2022, um acidente abalou a família do empresário venezuelano, cujo nome completo é Juan Carlos Escotet Rodríguez. Seu filho Juan Carlos Escotet Alviárez, de 31 anos, morreu após tentar resgatar a noiva Andrea Montero, de 30 anos.

O casal Alviárez e Montero participava de um torneio de pesca na Flórida, nos Estados Unidos, onde viviam. À época, o jovem de 31 anos era responsável pelas atividades do Banesco no país americano.

De acordo com o jornal New York Post, Andrea Montero caiu do barco durante a competição e seu noivo pulou para tentar resgatá-la. Segundo a reportagem, Juan Carlos foi atingido pela hélice do barco e faleceu. A noiva foi resgatada com ferimentos na cabeça.

Aventura do único bilionário da Venezuela no futebol

Vivendo na Espanha há anos, o executivo está envolvido com o futebol local. Juan Carlos Escotet Rodríguez assumiu em julho deste ano o cargo de presidente do Deportivo La Coruña. Famoso nas décadas de 1990 e 2000, a equipe viveu uma crise nos últimos anos e amargou quedas que levaram o time para a terceira divisão.

A missão de Escotet agora, com o La Coruña ao menos na segunda divisão, é tentar trazer a equipe de volta para a elite do futebol espanhol. A ascensão do empresário ao comando do time tem a ver com as dívidas que o La Corunã acumulou.

De acordo com o jornal El País, o banco Abanca passou a controlar a equipe a partir de 2020, justamente por ser um dos maiores credores do clube. “Eu nunca vi uma empresa tão desastrosa quando o Deportivo”, teria dito o banqueiro, ainda segundo o jornal espanhol, ao tomar conhecimento da situação do time.

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