Tudo sobre o lucro de US$ 553,4 milhões do Nubank no 3º tri
O Nubank (ROXO34) registrou lucro de US$ 553,4 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 13,6% na comparação com o segundo trimestre e de 55,6% ante o período de julho a setembro do ano passado. Novamente o crescimento veio acompanhado de um leve aumento da inadimplência. Mas o banco alega que os aumentos da margem financeira e da rentabilidade mostram que está no caminho certo.
A previsão dos analistas para o lucro do Nubank era em torno de US$ 500 milhões. A receita chegou a US$ 2,9 bilhões, com expansão de 2% e 56%, nas mesmas bases de comparação.
O Nubank gerou, no terceiro trimestre, um retorno sobre patrimônio (ROE) anualizado de 30%, superior ao de 28% no segundo trimestre e de 25% no terceiro trimestre do ano passado. Se for considerado o lucro ajustado, de US$ 592,2 milhões, o ROE chega a 33%.
Número de clientes do Nubank
Com ajuda da expansão internacional, o Nubank encerrou setembro com 109,7 milhões de clientes. A base cresceu 5,0% em três meses e 23,1% em um ano. Havia 98,8 milhões de usuários no Brasil, 8,9 milhões no México e cerca de 2 milhões na Colômbia. Nesta semana, o Nubank anunciou que bateu 100 milhões de clientes no Brasil.
“Nossos resultados do terceiro trimestre de 2024 destacam a força do nosso modelo de negócios, demonstrando crescimento da receita e rentabilidade. Este crescimento foi acompanhado por um custo virtualmente estável de atendimento e um ROE recorde de 30%”, disse em nota David Vélez, fundador e CEO global do Nubank.
A carteira de crédito que rende juros atingiu US$ 11,2 bilhões, o que indica alta de 19% no trimestre e 97% em 12 meses, desconsiderando os efeitos da variação cambial. A carteira total chegou a US$ 20,9 bilhões, sendo US$ 15,2 bilhões em cartão de crédito e US$ 5,7 bilhões em empréstimos.
Avanço da inadimplência
A inadimplência ficou em 7,2% em setembro, de 7,0% em junho e 6,1% em setembro de 2023. A inadimplência de curto prazo (atrasos de 15 a 90 dias), por sua vez, ficou em 4,4%, de 4,5% e 4,2% na mesma base de comparação.
O vice-presidente financeiro do Nubank, Guilherme Lago, afirma que, como uma instituição financeira, o risco de crédito é o principal para o Nubank e que o banco tem uma enorme atenção com essa questão. Ainda assim, disse que o custo de crédito tem vindo em linha em linha com o esperado, e até melhor em alguns produtos.
“Nunca vou falar que temos zero preocupação [com inadimplência], mas tenho total convicção que temos capacidade de continuar crescendo. A rentabilidade melhora trimestres após trimestre, mesmo com esse risco adicional que estamos somando na carteira. Estamos bem satisfeitos.”
Argentin, bets, criptos e telefonia
Segundo ele, não há indícios de que a onda das apostas esportivas – as chamadas ‘bets’ – terão um efeito material nos indicadores de qualidade de ativos do banco. “Estamos acompanhando de perto, mas isso é mais ou menos 1% do nosso volume de Pix. Nossos modelos conseguem capturar muito bem o risco adicional de quem aposta”.
Segundo o diretor de relações com investidores do Nubank, Jörg Friedemann, a mudança na NuCoin, que foi transformada em um programa de fidelidade, teve um impacto de US$ 48 milhões no resultado. “Nosso ROE de 30% sequer considera esse reposicionamento do programa. Se não fosse essa despesa extraordinária, o lucro teria sido melhor, e o índice de eficiência também”.
Sobre a entrada do Nubank no segmento de telefonia, com a oferta de chip virtual (eSim), Lago diz que isso atende uma necessidade dos clientes, mas também é uma fonte de monetização. “Temos ambição de ser relevante no setor, oferecer essa solução para uma parcela relevante da população. Como temos uma base grande, de mais de 100 milhões de clientes no Brasil, para ser um negócio que mexe nossos ponteiros, temos de ter ambição entre a nossa base”.
No mês passado, Vélez disse durante um evento que está de olho no que o presidente da Argentina, Javier Milei, está fazendo, e não descartou uma expansão do Nubank para o país vizinho no futuro. Questionado sobre o assunto, Lago confirmou que o banco está de olho em alguns países da América Latina, mas disse que por enquanto o foco é mesmo onde já opera. “Não acho que tão logo nossa prioridade vai deixar de ser Brasil, México e Colômbia”.
Com informações do Valor Econômico