Trens movidos a vento? CCR e Neoenergia fecham acordo para usar energia eólica em linhas do Metrô e da CPTM em São Paulo
Próxima estação: energia verde. Parte dos metrôs e trens da cidade de São Paulo serão alimentados por energia eólica. O uso da matriz energética faz parte de um acordo firmado entre a concessionária de transporte CCR (CCRO3) e a holding do setor elétrico Neoenergia (NEOE3).
Explicando em mais detalhes: o Grupo CCR adquiriu participações minoritárias no complexo eólico Oitis, no Piauí, que pertence à Neoenergia. O valor da transação foi de R$ 21,65 milhões.
A partir do ano que vem, parte da energia gerada pela força do vento nessas usinas será usada para atender às necessidades energéticas das linhas 8 e 9 da CPTM, além das linhas 4, 5 e 17 do metrô.
O contrato tem duração de 16 anos e é o primeiro na modalidade de “autoprodução” do Grupo CCR, que terá 60% da demanda de energia suprida com este novo acordo.
Além disso, é esperado que a companhia consiga diminuir os custos relacionados ao fornecimento energético, “através da gestão centralizada do insumo e de um novo modelo de contratação e fornecimento”, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários.
Para a Neoenergia, o acordo traz o benefício de “estabilidade de receita de longo prazo com adequada rentabilidade”, comenta o diretor executivo Hugo Nunes.
O que o acordo significa para o setor de energia elétrica?
O investimento massivo da CCR em energia verde não é exatamente uma surpresa. A empresa anunciou que, até 2025, gostaria de ter todos os ativos abastecidos por fontes de energia renováveis.
Segundo a empresa, a parceria com a Neoenergia vai ajudar a cumprir este objetivo. “Além de promover o acesso à energia limpa, o negócio mitiga a exposição da CCR a riscos relacionados à oscilação de preços no mercado livre de energia”, disse a concessionária em nota.
A meta faz parte de uma série de medidas propostas no plano “Ambição 2035”, anunciado em maio deste ano.
“Vemos os investimentos em fontes renováveis como um pilar fundamental em nossa estratégia de redução da pegada de carbono das nossas operações, liderando a agenda de sustentabilidade no setor de infraestrutura de mobilidade do Brasil”, comentou o vice-presidente da Sustentabilidade da CCR, Petro Sutter.
Vale lembrar que o complexo eólico de Oitis é composto por 12 parques que produzem até 566,5 MW. O total destinado ao transporte público paulistano será de 44MWm (mega-watts médios).
O acordo ainda depende da aprovação final dos reguladores para entrar em vigência.