O apetite de Donald Trump por tarifas de importações e para turbinar a economia pode levar os títulos do tesouro americano ao seu maior patamar desde 2000, alerta a gestora T. Rowe Price.
Com US$ 1,6 trilhão sob gestão, a asset destaca que os título de tesouro americano com vencimento de dez anos podem subir 5% em 2025. E, depois, subir ainda mais, de acordo com Arif Husain, diretor de investimentos em renda fixa da T. Rowe Price.
“A nova administração dos EUA representa mudança significativa e, no mínimo, cria incertezas”, escreveu o especialista em carta distribuída aos investidores. “Um rendimento de 6% do Tesouro de 10 anos é possível? Por que não?”
Tesouro americano: debandada de juros longos
Investidores do tesouro americano estão abandonado os Treasuries de longo prazo. Isso, desde que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começou a cortar as taxas de juros em setembro.
Assim, o rendimento do T-Note de 10 anos estava em 4,38% na terça-feira, subindo cerca de 80 pontos-base desde o primeiro corte.
Alguns economistas, como David Kohl, da Julius Baer, acreditam que a queda da taxa de juros, juntamente com os planos de Trump de cortar impostos e aumentar taxas sobre importações, desencadearão um surto de inflação. Isso, pode aumentar a liquidação.
Nesta quarta, o Fed deverá cortar a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual (p.p.), levando-a para a banda de 4,25 a 4,50 p.p. ao ano.
Impacto no Brasil
A chance de alta nas taxas da renda fixa americana é uma notícia ruim para os mercados brasileiros. Os T-Notes americanos em um patamar alto dragam dinheiro do mundo para os Estados Unidos. Assim, fortalecem o dólar e reduzem o apetite do investidor internacional por mercados mais arriscados, como o brasileiro.
Ao longo de 2024, a bolsa brasileira esteve entre os piores investimentos do mercado, com índices como Ibovespa e, principalmente, o Small Caps, entre os lanternas do mercado.
