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Tem estudante trocando os livros pelo Jogo do Tigrinho e pelas bets — e esta é a nova ameaça às empresas de educação na B3

A vida não tem sido fácil para as empresas de educação listadas na B3. A mais nova ameaça a elas, no entanto, tem uma origem inesperada, segundo analistas do banco BTG Pactual. Isso porque cada vez mais estudantes universitários têm trocado os livros pelo Jogo do Tigrinho, pelas bets e outras modalidades de apostas online.

O alerta dos analistas do BTG Pactual vem à tona na esteira de um estudo da consultoria Educa Insights cujas conclusões foram publicadas em primeira mão pelo jornal O Globo.

Os estudantes e as bets

A intenção do levantamento era mensurar o impacto das apostas online sobre as finanças dos estudantes universitários que jogam regularmente nesses sites. E os resultados chamam a atenção pelo lado negativo.

Realizada em agosto com 2.200 pessoas, a pesquisa mostra que 35% dos potenciais estudantes universitários desistiram de tentar um curso universitário porque gastaram a maior parte do dinheiro em sites de apostas e cassinos virtuais.

Além disso, somente 37% dos potenciais graduandos têm a intenção de parar de jogar em 2025 para retomar os estudos.

Bets já representam quase 1% do PIB, segundo estudo

O estudo da Educa Insights é apenas o mais recente de uma série de pesquisas a respeito do impacto das bets, do Jogo do Tigrinho e de outras modalidades de apostas online sobre o consumo dos brasileiros.

Um levantamento da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) indica que as apostas online movimentaram R$ 100 bilhões em 2023, equivalente a quase 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

Ao mesmo tempo, a abertura dos dados revelou que 76% dos gastos das famílias de baixa renda potencialmente destinados a lazer e cultura acabam convertidos em apostas.

Como as bets podem afetar as empresas de educação

As perspectivas para as empresas de ensino superior listadas na B3 já não eram das melhores.

O cenário de juros em níveis restritivos tem pesado duramente sobre o setor.

“Como já vínhamos observando há alguns meses, as empresas do setor continuam enfrentando o desafio de mostrar que seus fundamentos podem prevalecer sobre as comparação anuais e a piora do ambiente regulatório”, escrevem os analistas do BTG Pactual.

Nesse sentido, o crescimento das bets parece dar origem a uma nova fonte de preocupação para o setor.

Mesmo pessimista em relação ao segmento, o BTG Pactual mantém uma ação preferida entre as empresas de educação superior com capital aberto.

“Em vista da baixa exposição ao ensino à distância e às boas perspectivas de desalavancagem, Anima (ANIM3) continua sendo a nossa preferida”, afirmam os analistas do BTG.

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