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Tarifas dos EUA sobre Canadá e México pode afetar WEGE3

Empresas citadas na reportagem:

A eventual imposição, pelos Estados Unidos, de uma tarifa sobre importações de México e Canadá, pode ter impactos para a WEG (WEGE3).

É o que estimou o BTG Pactual em relatório nesta quarta-feira (27). O documento cita também Iochpe-Maxion (MYPK3), Tupy (TYPY3), Marcopolo (POMO4) e Frasle (FRAS3).

Pelas contas do banco, de forma geral o impacto será limitado para empresas brasileiras de bens de capital.

Assim, confira abaixo as estimativas do BTG sobre possível impacto nas receitas.

EmpresaFatia do faturamento
no México
Percentual da produção mexicana vendida para os EUA
WEG (WEGE3)5%8%
Marcopolo (POMO4)7%1%
Iochpe-Maxion (MYPK3)5%90%
Tupy (TUPY3)18%11%
Frasle (FRAS3)2%10%

Fonte: BTG Pactual

Adicionalmente, o BTG lembrou que em seu primeiro mandato, Donald Trump também ameaçou o México com tarifas, mas descartou o plano quando chegou a um acordo sobre imigração.

Trump anunciou na terça-feira que pretende implementar uma tarifa de 25% sobre todos os produtos importados do México e Canadá. Isso a partir de 20 de janeiro de 2025.

A medida seria uma resposta de Trump ao crescimento da imigração ilegal e tráfico de drogas em ambas as fronteiras.

Trump pode impor essas tarifas? Isso afetaria WEGE3?

Estados Unidos, México e Canadá são signatários do acordo de livre comércio USMCA, que vigora desde 2018.

O acordo impede aumentos unilaterais de tarifas, exigindo um processo formal de investigação.

Mas isso só vale para cerca de metade dos produtos comercializados entre eles.

Os 50% restantes ficam fora do USMCA sob as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Como o presidente eleito dos EUA não deu detalhes do plano, ainda não é possível saber se isso afetaria setores como os da WEG (WEGE3) e outras empresas.

Segundo o BTG, contudo, as declarações de Trump podem sinalizar disposição de seu futuro governo de revisar os termos do USMCA.

“É provável que o USMCA sobreviva, mas o México provavelmente fará algumas concessões em drogas e imigração”, afirma o relatório de Lucas Marquiori e Fernanda Recchia.

Os analistas pontuaram ainda que alguns pontos-chave devem atenuar os efeitos de eventual tarifação extra.

Uma delas, é a variação cambial. Nesse sentido, o peso mexicano já se desvalorizou 25% em relação ao dólar norte-americano desde junho.

Além disso, o México é um grande importador de bens dos Estados Unidos, o que impede restrições comerciais significativas.

Por fim, Trump está dando ao México e ao Canadá dois meses para elaborar correções para evitar tarifas.

“Ironicamente, isso é positivo, pois permite tempo de espera suficiente para pelo menos fornecer a ótica certa para tal movimento”, conclui o BTG.

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