Situação fiscal piorou, dizem analistas em questionário pré-Copom
Os resultados do Questionário Pré-Copom (QPC) mostram que 78% dos respondentes avaliaram que a situação fiscal piorou entre as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de novembro e a de dezembro. Os números foram divulgados nesta quarta-feira.
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O QPC é enviado a participantes do mercado pelo Banco Central (BC) na penúltima sexta-feira antes de uma reunião do Copom. As informações coletadas são utilizadas pelo colegiado como um dos insumos para a discussão de política monetária.
Entre as duas últimas reuniões do Copom, o governo anunciou medidas fiscais que teriam impacto de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. No entanto, elas não foram bem recebidas pelo mercado. Além dos 78% que viram uma piora na situação, para 14% dos respondentes, a situação fiscal não teve mudanças relevantes e para 8%, melhorou.
O Banco Central ainda questionou quais eram as projeções do impacto dessas medidas fiscais nas projeções para o resultado primário do governo central para os anos de 2025 a 2028. A mediana das projeções apontou que os respondentes ainda não haviam incorporado nenhum impacto em 2025, 2026, 2027 e 2028.
Questionado sobre o impacto potencial, a mediana das projeções foi de R$ 17,8 bilhões em 2025, R$ 25,5 bilhões em 2026, R$ 30 bilhões em 2027 e R$ 34,4 bilhões em 2028.
Ainda no tema fiscal, o QPC trouxe uma questão que trata do impacto do impulso fiscal sobre o crescimento do PIB em 2024 e 2025. Os respondentes teriam que dizer se seria “muito negativo”, “moderadamente negativo”, “neutro”, “moderadamente positivo” ou “muito positivo.
Para 65% dos respondentes, o impacto seria “muito positivo” em 2024. Outros 23% responderam “moderadamente positivo” e 8%, “neutro. Apenas 3% disseram que seria “moderadamente negativo” e 1%, “muito negativo”.
Já para 2025, apenas 6% responderam que o impacto seria “muito positivo” e 2%, “muito negativo”. As respostas se concentraram no “neutro”, com 35%, “moderadamente positivo”, com 30%, e “moderadamente negativo”, com 28%.
A pesquisa também questionou quais eram as projeções para a taxa de juros real neutra e a taxa de crescimento do PIB potencial. No curto prazo, a mediana das projeções para taxa de juros real neutra foi de 5,8%, para 2 anos, de 5,5% e para 5 anos, 5%.
A taxa de juros real neutra é o patamar em que não acelera nem desacelera a economia. Na última reunião, o Copom reviu sua projeção para esta variável de 4,75% para 5% ao ano.
Já a mediana das projeções para a taxa de crescimento do PIB potencial é de 2% no curto prazo, em 2 anos e em 5 anos.
*Com informações do Valor Econômico