Sem definição de pacote fiscal, Ibovespa fica na estabilidade por mais um pregão; dólar tem leve queda, cotado a R$ 5,78
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Mesmo com o vencimento de opções de ações, o dia foi de liquidez baixa no Ibovespa, que encerrou a sessão estável, com leve alta de 0,05%, aos 127.792 pontos, não muito longe da mínima de 127.389 pontos.
Ibovespa hoje
O volume financeiro do índice ficou em R$ 21,4 bilhões e de R$ 28,7 bilhões na B3. No acumulado da semana, o Ibovespa recuou 0,03%.
Depois de bater os 128.423 pontos, na máxima do dia, o índice perdeu força perto do fim do pregão com a virada nos juros futuros mais longos, que inverteram a queda e passaram a subir com comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
O chefe da autoridade monetária americana disse que uma economia mais sólida permite considerar cortes de juros de forma mais “cuidadosa” e que não há pressa para reduzir as taxas.
Mais cedo, informações de que a magnitude do pacote de corte de gastos do governo poderá ser maior do que o esperado pelo mercado impulsionaram uma alta maior do Ibovespa.
A subida das ações da Petrobras também ajudou a limitar maiores perdas do índice: as PN da petroleira avançaram 1,06%, a R$ 37,27, enquanto as ON tiveram alta de 1,45%, a R$ 40,51.
Já as ações da Vale registraram mais um pregão de queda e recuaram 0,56%, a R$ 56,84. Essa foi a quinta sessão seguida de perdas para os papéis.
Dólar hoje
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O dólar à vista encerrou o pregão perto da estabilidade, ainda que a moeda americana tenha exibido apreciação no exterior.
Um ajuste no tamanho do prêmio de risco embutido na divisa brasileira (já muito depreciada no ano) pode estar servindo de apoio para uma performance mais neutra, em meio a um cenário de espera pelas medidas fiscais do governo brasileiro.
Apesar da estabilidade hoje, no saldo semanal o dólar teve valorização de 0,91% contra o real.
Terminadas as negociações no mercado à vista, o dólar teve queda de 0,01%, a R$ 5,7896, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,7629 e tocado na máxima de R$ 5,8304.
Já o euro comercial exibiu depreciação de 0,29%, a R$ 6,1010, acumulando retração de 0,73% na semana.
No exterior, hoje o dólar seguiu forte, e perto das 17h10 o índice DXY valorizava 0,41%, aos 106,917 pontos, nível mais elevado em quase dois anos.
Bolsas de Nova York
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Os índices acionários em Nova York encerraram a sessão em queda, em movimento que ganhou corpo após os sinais emitidos pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
Em evento realizado em Dallas, ele afirmou que a saúde da economia americana permite que o banco central tenha menos pressa para cortar os juros.
Com uma retração nas apostas de uma redução dos Fed Funds em dezembro, a demanda por risco perdeu força e impôs um dia de queda às ações em Wall Street.
No encerramento do dia, o S&P 500 caiu 0,60%, aos 5.949,17 pontos; o Dow Jones recuou 0,47%, aos 43.750,86 pontos; e o Nasdaq exibiu perdas de 0,64%, aos 19.107,65 pontos.
Em meio aos sinais de fadiga do rali que se estabeleceu nas ações em Nova York após o desfecho das eleições presidenciais americanas, os índices em Wall Street oscilaram na marca da estabilidade durante toda a sessão.
Perto do fim do dia, no entanto, os comentários de Powell ampliaram a aversão a risco nos mercados, diante da percepção de um ciclo de cortes de juros mais lento nos Estados Unidos.
O dirigente afirmou que a boa forma da economia americana permite que o banco central tenha mais tempo para decidir o quão rápido quer continuar reduzindo as taxas de juros.
“A economia não está enviando nenhum sinal de que precisamos ter pressa para reduzir as taxas”, disse, em comentários preparados para uma palestra em Dallas.
“A força que estamos vendo atualmente na economia nos dá a capacidade de abordar nossas decisões com cuidado”, afirmou.
As declarações foram imediatamente interpretadas como uma menor intenção de manter cortes sequenciais de juros no curto prazo.
Segundo dados do CME Group, a chance de um corte de 0,25 ponto na reunião de dezembro passou de 82,5% ontem para 58,7%.
No mesmo sentido, o juro da T-note de 2 anos, mais sensível às perspectivas de política monetária, subia de 4,294% para 4,364% perto do horário de fechamento.
Para além das perspectivas de política monetária, resultados corporativos também direcionaram os negócios da sessão.
As ações da Disney saltaram 6,25%, depois que a empresa divulgou fortes resultados fiscais do quarto trimestre.
A gigante do entretenimento registrou um aumento de 39% nos lucros, para US$ 1,14 por ação. A receita aumentou 6%, chegando a US$ 22,57 bilhões.
A FactSet esperava um aumento de 34% nos lucros, para US$ 1,10 por ação, com uma receita de US$ 22,48 bilhões.
Outras importantes movimentações de lucros incluíram Cisco Systems, JD.com e Nu Holdings.
As ações da Cisco caíram 2,13%, enquanto as da JD.com recuaram 6,56%.
As ações da Nu Holdings recuaram 2,88% após divulgar resultado trimestral com ligeiro aumento da inadimplência.
Já as ações da Tesla caíram 5,8% com temores de que Donald Trump encerre os programas de subsídios para carros elétricos.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus encerraram em alta, após dois dias de queda, após a divulgação de novos dados econômicos da zona do euro e dos Estados Unidos e balanços positivos de empresas.
O índice Stoxx 600 fechou em alta de 1,08%, a 507,02 pontos.
O DAX de Frankfurt avançou 1,37% a 19.263,70 pontos.
O FTSE, da bolsa de Londres, teve alta de 0,51% para 8.071,19 pontos.
Já o CAC 40 de Paris subiu 1,32% para 7.311,80 pontos.
As ações do grupo de luxo Burberry fecharam em alta de quase 20%, após a empresa reportar seu balanço e anunciar uma estratégia de revisão para conter a queda nas vendas.
Já o banco Monte dei Paschi di Siena subiu 11% após o governo italiano cortar sua participação em uma transação que levantou 1,09 bilhão de euros.
Na zona do euro, a leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre mostrou um aumento de 0,4% em relação ao trimestre anterior, mas a expectativa é de que o crescimento não seja sustentável.
Nos Estados Unidos, por sua vez, os dados do índice de preços ao produtor (PPI) tiveram um ligeiro aumento no mês passado.
“Isso é um aviso de que as pressões de preço podem estar retornando lentamente?”, questiona o analista do FXTM, Zain Vawda.
Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, também falará mais tarde e fornecerá uma perspectiva econômica atualizada.
“Muitos estarão ansiosos para ouvir mais do presidente do Fed sobre suas opiniões sobre os riscos inflacionários que voltaram à conversa após a eleição”, diz Vawda.
Com informações do Valor Econômico