Economia

Resultados do 3º trimestre estão acima do esperado pela Caixa, diz presidente do banco

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, afirmou que os resultados do terceiro trimestre estão em linha, até acima do orçado pelo banco no período. Ele apontou que houve recorde de contratação no crédito imobiliário, mas também ressaltou que o trimestre teve questões macroeconômicas importantes.

“Tivemos uma série de eventos importantes no trimestre, questões macro muito tensas sendo discutidas, taxas de juros, coisas que impactam as instituições financeiras como um todo”, comentou em entrevista coletiva sobre o balanço.

Em sua apresentação inicial, ele admitiu que muito provavelmente o banco será questionado sobre o funding para a habitação, mas que isso “está precificado”.

Vieira também contou que ouviu de um executivo de um banco privado sobre o fim das filas nas agências da Caixa. Segundo ele, isso se deve a modernizações que o banco tem feito, como acesso por biometria. “Estamos aos poucos aperfeiçoando a jornada do cliente.”

No balanço, o banco diz que houve redução dos atendimentos físicos em 7,9% e crescimento de 52,4% em transações digitais em 12 meses, decorrente de maior foco no cliente e modernização do atendimento. Ele também comentou que, no Minha Casa Minha Vida, já foram 18,7 mil moradias retomadas este ano.

Conta digital para MEI

Vieira afirmou também que a nova conta digital do banco para microempreendedores individuais (MEI), lançada há menos de dois meses, já chegou a 100 mil clientes. “Queremos ser um dos maiores agentes de microcrédito do país”, comentou em coletiva sobre o balanço do terceiro trimestre.

O executivo também afirmou que depois de muitos anos a Caixa vai executar seu orçamento de tecnologia de forma integral. “Isso demonstra nossa atenção com a questão da tecnologia, criando cada vez mais uma jornada amistosa para os clientes, seja de que faixa de renda for.”

Programa Pé-de-Meia

Sobre o Programa Pé-de-Meia, que incentiva a manutenção dos alunos na escola, ele comentou que já foram repassados R$ 3 bilhões para 3,7 milhões de estudantes este ano.

Vieira afirmou ainda que será construída uma unidade da Caixa Cultural em Belém (PA), a ser inaugurada para a COP30, em novembro do ano que vem. “Nosso foco é distribuir benefícios para a sociedade, mesmo que saibamos que haveria oportunidade de termos mais resultado”, comentou ele.

Carteira de crédito

O vice-presidente financeiro da Caixa, Marcos Brasiliano, afirmou que o resultado acumulado do banco nos nove primeiros meses do ano, com alta de 21,6%, vem principalmente do comportamento da margem financeira. “Mantemos um ritmo forte de crescimento da carteira, mas com controle da qualidade”, comentou, acrescentando que, mesmo com a expansão do portfólio, as despesas com provisões para devedores duvidosos caem.

Ele afirmou que as despesas administrativas tiveram crescimento um pouco maior no terceiro trimestre, mas que há um fator sazonal, com o reajuste dos bancários.

Sobre a originação de crédito, ele apontou que no agro houve queda de 25,5% na concessão, mas que o estoque ainda sobe porque essa é uma carteira em construção. Já em infraestrutura, a queda na concessão foi de 49,9%.

“Este ano tivemos alguns fatores. A eleição, que durante um tempo se fica impedido de contratar, e a concentração de limites de endividmento no setor público, com ou sem garantia da União. Mas no quarto trimestre isso tende a melhorar”, apontou.

Ele também comentou sobre as principais linhas do funding. No caso do FGTS, disse que tem havido um esforço no orçamento do fundo para a habitação popular. “São R$ 220 bilhões em 2023 e 2024.”

Já em poupança, ele comentou que houve uma recuperação no saldo este ano. “O saldo de poupança voltou a superar R$ 1 trilhão e a participação da Caixa na poupança subiu para 37,4%.” E também disse que a captação via letras (financeira, do agro e imobiliário) tem ganhado importância na estratégia do banco.

Guidance

Brasiliano também disse que há um viés de alta para o desempenho da margem financeira este ano, que deve fechar mais perto do topo do guidance. Nos nove primeiros meses do ano, a margem cresceu 4,5% ante o mesmo intervalo do ano passado, sendo que o topo do guidance é de 7%.

Já em crédito, a Caixa acumula alta de 10,8% este ano, perto do topo do guidance, que é de 11%. Segundo Brasiliano, isso foi puxado pela habitação. “Na virada do primeiro para o segundo semestre houve um incremento de R$ 20 bilhões no orçamento do FGTS e estamos executando isso.”

Em habitação, o guidance vai de 8% a 12% e o banco está com crescimento de 14,7%. “O que nós propomos estamos fazendo. O que é crédito vamos até o limite superior do guidance. Estamos entregando para a sociedade, cumprindo nosso propósito”, disse.

A Caixa também informou que está relançando uma campanha com os “Poupançudos”, cofres em forma de bonecos que ficaram famosos anos atrás e que, agora, foram modernizados.

*Com informações do Valor Econômico

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