Ressaca na fusão: EMS retira proposta para combinar negócios com a Hypera (HYPE3)
A proposta para combinar os negócios com a Hypera (HYPE3) caiu mal e virou uma tremenda ressaca para a EMS. Diante da reação negativa do conselho e dos principais acionistas — incluindo o empresário João Alves de Queiroz Filho —, o laboratório decidiu retirar a proposta.
Mas no mercado quase ninguém crava o fim dessa história. Afinal, o negócio criaria a maior companhia farmacêutica do Brasil, com R$ 16 bilhões de receita e 17% do mercado brasileiro.
Além disso, as empresas contam com um portfólio complementar, já que a Hypera é forte nas marcas de medicamentos sem prescrição, enquanto que a EMS tem os genéricos como carro-chefe.
A possibilidade de que as empresas voltem a conversar, portanto, é grande. Mas a antes a EMS provavelmente vai precisar de um Engov — uma das marcas da Hypera — para se recuperar da dor de cabeça.
Hypera (HYPE3) vive montanha-russa na B3
Enquanto isso, o acionista da Hypera (HYPE3) também pode ter de recorrer a um remedinho para encarar sem enjoos a verdadeira montanha-russa que se tornou a cotação dos papéis da companhia na B3.
A descida começou depois que a companhia anunciou uma nova estratégia de otimização de capital de giro. As ações chegaram a despencar quase 20%, até que no meio do pregão houve a notícia da oferta da EMS. A proposta fez com que os papéis revertessem a queda em questão de minutos.
Mas a reação negativa dos principais acionistas ao avanço da EMS fez as ações voltarem ao território negativo. A Hypera vale hoje pouco mais de R$ 15 bilhões na bolsa.
O grande problema da companhia hoje é o endividamento, que fica ainda mais grave em um cenário de alta dos juros. A estimativa é que a fusão com a EMS reduziria a relação entre a dívida e o Ebitda da empresa combinada de 3,5 vezes para 2 vezes.
Mas o negócio esbarrou, entre outros pontos, na questão do preço. O conselho da Hypera tratou a oferta como hostil e, apesar do prêmio em relação às cotações atuais, considerou que a EMS fez uma avaliação que “subestima significativamente” o valor da companhia.