Quanto rende o CDB de liquidez diária?
Você sabe quanto rende o CDB de liquidez diária? E para quais finalidades ele é mais indicado? Estamos falando de um dos primeiros produtos de renda fixa procurados por quem deseja dar um passo além da poupança. Pois bem, a seguir, confira quanto rende o CDB de liquidez diária e saiba tudo sobre esse produto. Será que ele é uma alternativa melhor do que o Tesouro Selic? Veja as repostas dos especialistas consultados pela Inteligência Financeira logo abaixo.
Afinal, quanto rende o CDB de liquidez diária?
Quando falamos em um CDB de liquidez diária, em linhas gerais, estamos falando de um produto que paga 100% do CDI – ou próximo a essa porcentagem (saiba o que significa “render 100% do CDI”).
Uma das principais taxas de rendimento dos CDBs, o CDI muitas vezes é confundido e utilizado como sinônimo do título, mas estamos falando de coisas distintas.
A taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é a praticada nos empréstimos entre os bancos e acompanha de perto a Selic, a taxa básica de juros da economia. A diferença gira em torno de 0,10 pontos percentuais. Assim, com a Selic em 11,25% ao ano, o CDI é estimado atualmente em 11,15% a.a.
Quer saber mais sobre o CDB? Confira um guia com tudo o que você precisa saber sobre o investimento que se tornou opção à poupança.
CDB de liquidez diária vale a pena mesmo se Selic cair?
Digamos que o Banco Central opte, em algum momento, por diminuir os juros básicos da economia, a Selic. Muitos investidores perguntam se, mesmo assim, vale a pena deixar o dinheiro aplicado em produtos atrelados à taxa de juros, caso da maioria dos CDBs de liquidez diária.
De acordo com o C6 Bank, a Selic ainda deve se manter num patamar razoavelmente alto neste ano e em 2025. “Se a gente olhar inclusive a perspectiva do Copom, a gente está falando de 9% neste ano e 8,5% para o ano que vem. Analisando dados históricos aqui no Brasil, essa ainda é uma taxa razoavelmente alta. Então, ainda temos retorno nesse tipo de investimento”, pontua Larissa Frias, planejadora financeira do C6, que completa:
“Obviamente, se a gente comparar com o início do ano passado e 2022, as taxas tiveram uma queda expressiva. Porém, ainda assim, temos aí um retorno razoavelmente atrativo, se nós formos comparar com outras opções de investimento ou outros momentos históricos no Brasil.
Em resumo, afirma Larissa, mesmo que o CDB de liquidez diária não tenha o melhor retorno diante de todos os outros investimentos em uma perspectiva de longo prazo, esse tipo de produto funciona muito bem no curto prazo.
O CDB de liquidez diária é indicado para quais situações?
De acordo com a planejadora financeira do C6 Bank, este tipo de CDB é indicado, basicamente, para duas situações: reserva de emergência e para aproveitar oportunidades dentro do contexto econômico. Vamos esmiuçar cada um deles:
Reserva de emergência
O CDB de liquidez diária é indicado para a reserva de emergência. Isso porque, na avaliação de Larissa, se trata de um produto com as seguintes características:
- liquidez imediata;
- segurança;
- retorno compatível com o cenário econômico;
- fácil acesso;
- e baixo risco.
Senso de oportunidade
Também faz sentido contar com o CDB de liquidez diária naquela parcela mais conservadora da carteira. “A gente fala muito de diversificação e em aproveitar as oportunidades que vão e vem dentro do contexto econômico, como as nuances de flutuação de taxa de juros, a renda variável, os multimercados. Sendo assim, em todo portfólio, a gente recomenda uma parcela de produtos com liquidez para justamente aproveitar essas nuances do mercado”, destaca a planejadora financeira do C6.
Ela pontua que, se o investidor “trava” uma carteira inteira por bastante tempo, ele até pode garantir retornos expressivos. “Entretanto, se o contexto econômico mudar drasticamente, o investidor fica sem liquidez para aproveitar outras oportunidades, inclusive fora do mercado financeiro, por exemplo, algum negócio imobiliário”, afirma Larissa.
CDB de liquidez diária ou Tesouro Selic: qual é o melhor?
Tanto o CDB de liquidez diária quanto o Tesouro Selic são produtos indicados para reserva de emergência. Mas afinal, qual é a melhor opção?
De acordo com Jayme Carvalho, economista-chefe da SuperRico, “o CDB, principalmente quando ele paga 100% de CDI, que é uma liquidez interessante, acaba remunerando até mais do que o Tesouro Selic”. Isso porque o Tesouro tem a taxa de custódia cobrada pela B3, para valores acima de R$ 10 mil. “O fato é que o CDB tem uma vantagem: se for 100% CDI e para valores acima de R$ 10 mil, na maioria das vezes, ele é melhor que o Tesouro”, destaca Carvalho.
O economista pontua que os dois produtos têm riscos distintos: um é risco do governo (Tesouro Selic) e o outro, de instituição privada.
“Então, quando você está investindo em um CDB de banco de primeira linha, o risco fica bastante diminuído. Além disso, tem uma questão de praticidade. Embora o Tesouro Direto seja algo simples, que melhorou bastante, me parece que a aplicabilidade através de um site de banco direto do CDB é um pouco mais fácil. Com o Tesouro, são etapas a mais que talvez atrapalhem o investidor mais simples ou com menos tempo. Mas ambos são ótimos produtos para a reserva de emergência”, afirma Carvalho.
Larissa Frias acrescenta que o setor privado tende a ter mais risco do que o setor público. E, por isso, o CDB normalmente oferece uma rentabilidade superior à do Tesouro Selic.
“O investidor deve considerar todos os aspectos, mas vale lembrar que, no caso do CDB, há a garantia do FGC, com respaldo em até R$ 250 mil reais por CPF e por instituição, em caso de o emissor não honrar com aquele compromisso financeiro”, salienta a planejadora financeira.