Qual o investimento de André Jakurski e Rodrigo Azevedo em 2025
Descrentes com o atual governo e com os rumos da economia brasileira, André Jakurski, fundador da JGP, e Rodrigo Azevedo, que criou a Ibiuna, estão para lá de conservadores quando se trata do investimentos para 2025.
Questionados sobre como aplicar o dinheiro no próximo ano, eles concordam em quase tudo tratando-se de Brasil. Mas discordam quando o assunto é mercado internacional.
Com quase R$ 60 bilhões sob administração, André Jakurski e Rodrigo Azevedo são os entrevistados de dezembro do PodInvestir, o podcast original da Inteligência Financeira.
O programa é especial. Ele foi gravado em um evento ao vivo, no Itaú Cultural, em São Paulo. Isso, para celebrar o primeiro ano do podcast. Você confere o evento-programa na íntegra pelo Spotify, no YouTube ou então pela sua plataforma de áudio preferida.
Investimento preferido de André Jakurski e Rodrigo Azevedo
Quando perguntados sobre o melhor investimento para 2025, André Jakurski e Rodrigo Azevedo, dois dos maiores gestores brasileiros, concordam que o ano que vem está reservado à mais conservadora das opções. “Eu te digo, fica no CDI”, resumiu Jakurski.
A opção do gestor é uma proteção para momentos de incerteza. Por ter liquidez imediata, os títulos pós fixados do Tesouro Direto (Tesouro Selic) não oferecem riscos. Os gestores lançam mão da opção como caixa, enquanto não aparece uma opção melhor.
“Claro, você vê a NTN-B a sete e cacetada (IPCA+), realmente se tiver uma reviravolta, você vai ter um ganho substancial. Não pode deixar de ter alguma coisa em outros investimentos. Mas, no curto prazo, é para você ficar estacionado ali (no CDI), para quando aparecer uma oportunidade poder saltar com liberdade”, recomendou Jakurski.
Rodrigo Azevedo, então, concordou. “Do ponto de vista de tendência de curto prazo, a sugestão que o André faz parece razoável”, afirmou. “Quando eu olho para o primeiro semestre do ano que vem, vamos pensar para os próximos seis meses, eu estou vendo meio que uma extrapolação das tendências que a gente viu nos últimos seis meses”, disse.
O ano dos multimercados?
Para colocar um pouco de pimenta no portfólio, o gestor da JGP aposta nos fundos multimercados. Essa opção vem sofrendo muito nos dois últimos anos com retornos baixos e fuga de investidores. Mas, para Jakurski, o ano que vem promete ser melhor.
“Os fundos multimercados tiveram um certo desvio de finalidade. O que aconteceu? Como o ‘kit Brasil’ ficou muito restrito, nos últimos anos os fundos multimercado migraram muito para o exterior. E lá o negócio é mais complicado. Com isso, perderam a sua vantagem competitiva”, analisou André Jakurski.
Para ele, de agora em diante os fundos tendem a se concentrar mais no Brasil. E o resultado vai ser melhor.
“Quando o governo começa a fazer erros, é muito mais fácil tomar dinheiro do governo, do que tomar dinheiros dos seus concorrentes. Agora, no segundo semestre (de 2024) os multimercados deram uma melhorada substancial se aproveitando de erros do governo”, disse.
Investimento no exterior
Mas quando o assunto é investimento no exterior, Rodrigo Azevedo e André Jakurski discordam. Enquanto o gestor da Ibiuna ainda espera retorno positivo do principal índice de uma bolsa americana, o S&P, o fundador da JGP não recomenta a exposição.
“A bolsa americana está extremamente cara e provavelmente não vai subir no mesmo ritmo que subiu nos últimos anos”, pontou André Jakurski. “Para investir no exterior, se eu for recomendar a um cliente comprar dólar a R$ 6,10 e comprar bolsa americana, deve ser um suicídio duplo”, disse.
Rodrigo Azevedo vai em direção oposta. “Eu talvez tivesse um pouco mais de conforto de ter bolsa americana”, afirmou. “Se você fala, bom, vou ficar nos próximos dez anos em bolsa americana, realmente esse valuation parece esticado. Mas os Estados Unidos é uma economia vibrante, vai continuar crescendo”, disse Rodrigo Azevedo.