Qual melhor investimento em renda fixa? Saiba onde investir agora
Em seu relatório mensal de renda fixa, a Guide Investimentos reitera suas recomendações em títulos públicos prefixados e IPCA+ com vencimentos entre 2027 e 2029. Também avalia como atrativos os papéis pós-fixados com vencimentos em até dois anos.
A seguir, entenda o cenário e saiba por que você deveria seguir essa recomendação de renda fixa.
O cenário
O mês de julho e as primeiras semanas de agosto foram marcadas por uma volatilidade elevada nos mercados de juros, enfatiza a Guide. No que diz respeito à conjuntura local e ao Copom, diz a corretora, os números continuam apontando para uma economia robusta.
Isso, acompanhado de dados de inflação mistos, levou o comitê a apontar um balanço de riscos com assimetria para cima, deixando em aberta a possibilidade de o juro subir ainda em 2024. A curva precifica três altas de 0,25 ponto percentual neste ano.
“Lá fora, números indicando um afrouxamento do mercado de trabalho e uma melhor dinâmica inflacionária ampliaram apostas em mais cortes de juros pelo Federal Reserve em 2024. Neste cenário, continuamos gostando de títulos pré/inflação com vencimentos entre 2027 e 2029 e papéis pós-fixados com vencimentos em até dois anos”, diz o documento assinado por Beyruti Guglielmi e Yuri Alves.
Qual o melhor investimento em renda fixa agora?
A Guide pontua que a manutenção de incerteza elevada com relação ao fiscal e de surpresas altistas do lado da atividade continuam pedindo um pulso firme por parte do Copom, “principalmente em um ambiente caracterizado por uma forte pressão sobre o câmbio”.
“Olhando à frente, no entanto, ainda não enxergamos como certo o aumento da Selic nas próximas decisões. Acreditamos que o patamar atual da Selic já é contracionista suficiente para que a inflação convirja para a meta no horizonte relevante para a atuação da política monetária caso seja mantido na maior parte de 2025. Principalmente se for confirmada uma desaceleração econômica mais aguda nos EUA”, diz o relatório.
Selic estável em 10,50%
Assim, partindo de um cenário com a Selic estável em 10,50% neste e no próximo ano, a corretora afirma continuar vendo as taxas praticadas no mercado como atrativas, o que a leva a manter alocações acima do neutro em ambas as categorias.
“Em especial, elevamos o peso de papéis ‘IPCA+’ e pré, pensando em vencimentos curtos a intermediários (2027 a 2029). Assim, investidores conseguem travar taxas atrativas, mas controlando o risco de taxa de juros. Diante do ambiente de spreads de crédito apertados, temos dado preferência a títulos públicos, atualmente sustentando como preferências o Tesouro Pré-Fixado 2027 (01/01/2027) e o Tesouro IPCA+ 2029 (15/05/2029)”, afirma a Guide.
Pós-fixados
Ao mesmo tempo, sustenta a corretora, “a maior alocação em ‘renda fixa pós’ nos dá proteção adicional. Isso caso ocorra um revés no cenário e as taxas de juros se mantenham elevadas por mais tempo.
“Nesta classe, gostamos de papéis corporativos ‘high grade’ com vencimentos em até dois anos. Damos preferência a papéis com isenção tributária (LCA, LCI, CRA, CRI, debêntures incentivadas etc.). Optamos por esta maior diversificação pelo alto teor de incerteza que caracteriza o ambiente econômico no Brasil e no exterior”, destaca o relatório.
Risco
De acordo com a Guide, o principal risco para esta recomendação segue referente ao cenário macro traçado. A corretora se refere à possibilidade de o Fed não cortar os juros na magnitude esperada. Atualmente a curva precifica cerca de 1,0 ponto percentual de corte até o fim do ano. Ou então, que o BC brasileiro tenha de reverter de forma incisiva o ciclo de baixa que vem se desenrolando desde meados do ano passado.
Entretanto, a Guide avalia o cenário como “exacerbadamente pessimista”. “Entendemos que uma piora adicional seja improvável. Ainda assim, a manutenção de participação de títulos indexados à Selic ou ao CDI na carteira também é interessante para efeito de proteção. A diversificação é ainda mais importante em períodos de elevada incerteza”, salienta o relatório.