quais as diferenças e o que rende mais?
O Banco Central voltou a elevar a Selic, para o patamar de 11,25%, e indicou na ata de sua reunião de política monetária que a taxa básica deve subir ainda mais. Com isso, a renda fixa segue em destaque nas preferências de investidores, entregando segurança e rentabilidade. Entretanto, surge a dúvida: aportar em CDB ou Tesouro Direto?
Isso porque, no Brasil, as duas classes possuem os patamares mais baixos de risco de crédito do mercado. Ou seja, as chances de perda de capital são pequenas no caso dos CDBs e praticamente nulas em termos de papéis do Tesouro.
Ao mesmo tempo, com a alta dos juros no país, os ativos também têm exibido níveis atraentes de rentabilidade. O que, segundo especialistas, provocou um aumento na procura desses produtos, que já eram populares. Logo, o momento é propício para investir em renda fixa. E, para tomar a melhor decisão, confira abaixo qual é o melhor investimento, CDB ou Tesouro Direto.
Vale lembrar que as taxas de rentabilidade informadas abaixo são as verificadas no momento da publicação deste texto. Portanto, podem oscilar de acordo com condições de mercado. Lembrando também que rentabilidade passada não é garantia de rendimento futuro.
O que é um CDB?
CDB é sigla para certificado de depósito bancário. Na definição de Felipe Spritzer, fundador e CEO da Portfel, “o CDB é um título de renda fixa emitido por bancos, portanto você empresta dinheiro para a instituição a troco de um rendimento definido no momento da compra.”
Essa rentabilidade pode ser:
- Uma taxa prefixada;
- Um percentual do CDI, que acompanha a Taxa Selic;
- Um prêmio sobre a inflação (IPCA + uma taxa adicional).
A modalidade mais conhecida é o CDB de liquidez diária, com rendimento de cerca de 100% do CDI, que costuma oscilar cerca de 0,10 ponto porcentual abaixo da Selic.
Vale notar ainda que os CDBs têm uma garantia de até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira assegurados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O que é o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é o programa de compra simplificada de títulos públicos, emitidos pelo Tesouro Nacional. “Na prática, você empresta dinheiro para o Brasil, recebendo um juro por essa operação”, explica o CEO da Portfel.
O especialista explica que “este é considerado o investimento mais seguro do país” por contar com a garantia do Estado brasileiro.
Os títulos do Tesouro Direto contam com três formas diferentes de remuneração. A primeira é pós-fixada, atrelada à taxa Selic. A segunda segue uma taxa prefixada. E a terceira é um misto das duas coisas, acompanhando a variação da inflação medida pelo IPCA mais uma taxa prefixada.
Cuidado com a marcação a mercado
O especialista reforça que as taxas dos títulos, disponíveis para consulta no site oficial do Tesouro Direto, são aquelas pagas caso o investimento vá até a data de vencimento. Isso uma vez que, com exceção do Tesouro Selic, os títulos prefixados ou ligados ao IPCA estão sujeitos a algo chamado de marcação a mercado.
Na marcação a mercado, os preços dos títulos oscilam ao longo do tempo de acordo com as condições de mercado. Portanto, caso você compre um título do Tesouro Prefixado ou do Tesouro IPCA+, você estará sujeito às condições de mercado em caso de retirada antecipada.
Qual é o melhor investimento: CDB ou Tesouro Direto?
Para saber se CDB ou Tesouro Direto rende mais, o investidor precisa, antes de mais nada, estabelecer seus objetivos. Isso porque a categoria a ser escolhida vai depender do prazo que ele tem para deixar o dinheiro rendendo.
Se o objetivo do investimento for de curto prazo ou se tratar de uma reserva de emergência, é preciso comparar alternativas de investimentos com liquidez diária, diz Jonathan Caye, sócio e chefe de renda fixa da Nippur Finance.
Nesse caso, há CDBs com rendimento de 100% do CDI, que normalmente é 0,10% inferior à Selic; e o Tesouro Selic, que oferece a taxa básica mais um prêmio adicional. Ou seja, costuma haver uma pequena vantagem em termos de rentabilidade para o Tesouro Direto contra 100% do CDI.
No médio prazo, pelo contrário, é possível encontrar CDBs com rentabilidade maior do que as do Tesouro Prefixado, o título público mais apropriado para a janela. Caye afirma que algumas das maiores oportunidades da modalidade privada estão em papéis com vencimentos entre 5 e 7 anos.
Por outro lado, pondera que os papéis do Tesouro levam vantagem em termos de risco de crédito, que é o menor do mercado. E é por isso, e também por conta do ganho real garantido por conta da indexação à inflação, que o executivo acredita que o Tesouro IPCA+ é a melhor opção para investimentos de longo prazo.
“Na prática, o investidor vai ter um lucro real nessa operação ao longo de vários anos, o que é muito importante. E não apenas isso, como também manterá o seu dinheiro em um ativo com praticamente zero risco de crédito”, diz. “Olhando para o cenário atual, o Tesouro mostra atratividade muito grande. E a procura tem aumentado com bastante velocidade.”
O que rende mais: CDB ou Tesouro Direto?
Como explicado acima, é preciso analisar o prazo para saber se CDB ou Tesouro Direto rende mais. Veja, então, a rentabilidade dos ativos citados na comparação no dia 13 de novembro de 2024:
- CDB liquidez diária: 100% do CDI – 11,15%;
- Tesouro Selic 2027: Selic (11,25%) + 0,0503%;
- CDB de um banco médio com vencimento superior a 4 anos: cerca de 117% do CDI – 14,7% em papéis prefixados ou IPCA+7,30% em caso de títulos híbridos;
- Tesouro Prefixado 2031: 13,05% ao ano;
- Tesouro IPCA+ 2045: IPCA (4,76% em setembro) + 6,64% ao ano.