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Preço da ceia de Natal voa alto em 2024; veja como driblar aumentos

A ceia de Natal dos brasileiros está voando mais alto do que o trenó do Papai Noel neste ano. Vários levantamentos de preços feitos nos últimos dias mostraram aumentos médios de 10% na comparação com o ano anterior, com pioras sensíveis em proteínas – especialmente carnes -, bebidas com e sem álcool e itens muito usados nas festas, como azeite, arroz e batata inglesa.

Como em qualquer período de alta nos preços, a recomendação para atravessar a fase sem deixar de comemorar é o planejamento, diz a professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Nadja Heiderich.

Ela sugere pesquisar preços, comparando valores em diferentes supermercados e aplicativos. É importante também, segundo Nadja, aproveitar as promoções, com descontos sazonais que podem aliviar o orçamento.

“Substituir produtos caros, optando por itens alternativos, como marcas próprias e itens sazonais, também é interessante, assim como reduzir as quantidades. Além disso, cozinhe em casa”, disse.

Essas dicas são uteis especialmente agora, quando as pesquisas estão mostrando algumas variações de preços bem acima da inflação acumulada no ano, e enquanto as pessoas estão organizando suas compras.

De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomércioSP), o aumento dos preços de produtos como batata, azeite, arroz e alho serão os maiores responsáveis pela ceia mais cara em 9,45% neste ano.

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Os itens já vinham registrando altas consecutivas ao longo de 2024 e o total acabou ficando acima da taxa da inflação oficial do País. O IPCA, por exemplo, a inflação oficial do país, calculado pelo IBGE, chegou a uma variação de 4,87% no acumulado dos últimos 12 meses até novembro..

Pelo monitoramento da empresa de tecnologia e inteligência Neogrid, entre os itens mais caros da cesta natalina se destacam o azeite, com alta de 34,3% e o arroz (28,5%), mas também aparece um produto muito procurado nessa época: o bacalhau, que subiu 22,5%. Até o panetone ficou 5,4% mais caro.

No total, o estudo mostra elevações nos valores em 12 dos 13 produtos analisados, entre dezembro de 2023 e outubro de 2024. O preço médio do litro do azeite de oliva saltou de R$ 84,86 para R$ 114,00 no período, e do arroz, que subiu de R$ 10,64 para R$ 13,70. Já a batata inglesa teve alta de R$ 7,37 para R$ 9,08 e a maionese aumentou de R$ 27,78 para R$ 31,76.

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Proteínas mais caras

As principais proteínas utilizadas nas festas de fim de ano também ficaram mais caras. O valor do bacalhau, por exemplo, passou de R$ 100,94, em dezembro de 2023, para R$ 123,66 em outubro deste ano.

Logo atrás aparece o frango, tipo de ave mais requisitada para compor a ceia, com alta de 22,2%, passando de R$ 20,55 para R$ 25,11. A categoria de suínos subiu 9,8%, de R$ 30,63 para R$ 33,64.

Bebidas também não escapam

Os líquidos também não ficaram de fora das elevações nos preços. O suco pronto sofreu reajuste de 16,4%, enquanto o refrigerante, de 15%.

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Já nas bebidas alcoólicas, a cerveja saltou 14,4%, enquanto o vinho subiu 3,1%.

De todos os produtos da cesta, o único que ficou mais barato foi o suco concentrado, com queda de 21%.

O produto custava R$ 22,54 em dezembro do ano passado e caiu para R$ 17,51 em outubro de 2024.

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“As mudanças climáticas tiveram impactos nesse aumento, como no caso do arroz e da soja, alimento essencial de animais como os suínos, o que acaba influenciando no preço final de diversos itens”, afirma Anna Fercher, coordenadora de Atendimento ao Cliente e Dados Estratégicos da Neogrid. 

Confira variação de preços, segundo a Neogrid

Azeite: +34,3%

Arroz: +28,5%

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Batata inglesa: +23,2%

Bacalhau: +22,5%

Frango: +22,2%

Suco pronto: +16,4%

Refrigerante: +15%

Cerveja: +14,4%

Maionese: +14,3%

Suíno: +9,8%

Panetone: +5,4%

Vinho: +3,1%

Suco concentrado: -21%

Varejo otimista

A tradicional comemoração deve movimentar R$ 69,75 bilhões em vendas na economia brasileira, um aumento de 1,3% no faturamento do varejo, de acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Mas, neste ano, o Natal mais caro pode comprometer os resultados, segundo Nadja Heiderichm da Fecap.

A pedido da reportagem, a especialista analisou os dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e do IPCA acumulado dos últimos 12 meses, divulgado pelo IBGE, que mostram que a inflação e a alta do dólar já pressionaram bastante os preços da cesta natalina em comparação a 2023.

De acordo com a Abras, o preço médio da cesta de produtos natalinos – composta por itens como aves, panetones, espumantes e tender – atingiu R$ 345,83, uma alta média de 8% em relação aos R$ 321,13 do ano passado.

Mesmo com os aumentos, o consumo deve crescer. A Abras projeta uma alta de 12% nas vendas de itens natalinos, impulsionada por promoções em aplicativos e programas de fidelidade.

Veja variação entre as regiões do país

Região Sul: +7,4%, cesta a R$ 358,05;

Região Sudeste: +8%, cesta a R$ 342,28;

Centro-Oeste: +7,7%, cesta a R$ 337,35.

Veja preços de itens específicos

Azeite de oliva: +25,15%

Carnes: +15,43%

Frutas: +15,33%

Chocolates: +11,10%

Bacalhau: +18,8%

Pernil: +15,3%

Lombo: +12,9%

Chester: +11,7%

Tender: +11,5%,

Refrigerantes: +6,33%

Cerveja: +5,32%

Vinhos: +3,78%

Fonte: IBGE

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