Economia

Petróleo recua com extensão de plano da Opep+ considerada insuficiente pelo mercado

Os preços do petróleo recuam na manhã desta sexta-feira com os investidores desapontados com as medidas tomadas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) ontem. O cartel adiou o início da redução dos cortes voluntários de produção de 2,2 milhões de barris diários de janeiro para abril. Além disso, desacelerou o ritmo da retomada da produção normal. Agora, em vez de voltar à produção normal em 12 meses, o retorno dos 2,2 milhões de barris se dará em 18 meses.

“O mercado de petróleo continua bem equilibrado, e o crescimento da oferta das Américas deve mais do que compensar o crescimento suave da demanda global. O consumo da China está chegando ao pico. Duvidamos que o ambiente fique mais favorável no próximo ano para os países produtores trazerem seu petróleo de volta ao mercado. A política do petróleo continua sendo uma incógnita a ser observada no próximo ano, pois há vários gatilhos que podem minar a coesão do grupo. Vemos o petróleo sendo negociado em direção a US$ 65 e mantemos nossa visão neutra”, afirma o economista do banco Julius Baer, Norbert Rücker.

Para Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do banco ING, o comportamento dos preços revela que o mercado espera medidas mais agressivas por parte da Opep+. “Mesmo com a extensão dos cortes voluntários, o mercado continuará operando com superávit de oferta em 2025, apesar de ser um superávit menor do que o previsto anteriormente”, disse ele.

Segundo Patterson, expectativa de um superávit menor significa que a queda para de preço do Brent provavelmente será mais limitada em 2025 do que o esperado inicialmente. “Anteriormente, a previsão era de que o preço médio do Brent seria de US$ 69 por barril em 2025. No entanto, após essa ação da Opep+, aumentamos para US$ 71”, disse.

Patterson avalia que o fato de o mercado ainda estar em superávit significa que ainda ocorrerão recuos nos preços em relação aos níveis atuais, principalmente no quarto trimestre de 2025. “Os riscos para essa visão incluem a Opep+ estendendo esses cortes ainda mais até 2025 e uma aplicação mais rigorosa das sanções de petróleo contra o Irã”, disse.

Por volta das 9h00, o petróleo Brent – referência mundial – para fevereiro caía 1,01% a US$ 71,36 por barril, enquanto o WTI – referência americana – para janeiro recuava 1,02% a US$ 67,60.

*Com informações do Valor Econômico

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