Economia

Os mais impressionantes casos de crime, mistério e morte envolvendo a Mega da Virada e outras loterias da Caixa

Todos os anos, sempre que a Mega da Virada se aproxima, é difícil encontrar quem não pense em planos quanto ao que faria se ganhasse o prêmio principal.

É palpite pra cá, bolão da firma pra lá e histórias, muitas histórias. É quase inevitável lembrar dos casos de crime, mistério e morte nos quais as vítimas são ganhadoras ou ganhadores de alguma das loterias promovidas pela Caixa Econômica Federal.

A Mega da Virada de 2022, por exemplo, virou caso de polícia.

Dez moradores de São José da Bela Vista, no interior de São Paulo, registraram boletim de ocorrência contra o organizador de um bolão ganhador da loteria.

O bolão de São José da Bela Vista foi um dos cinco bilhetes premiados na ocasião. Dividida em nove cotas, a aposta dava direito a um total de R$ 108,5 milhões.

Os denunciantes afirmam que pagaram por suas respectivas cotas para depois serem ignorados pelo organizador da aposta.

A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE

O organizador, por sua vez, assegura que os denunciantes participavam de outro bolão que não aquele premiado e que os verdadeiros cotistas receberam o que lhes era devido.

Em meio às versões conflitantes dos envolvidos, talvez este seja um caso de solução menos complicada do que o da Mega da Virada de 2020.

Trata-se, na verdade, de um mistério: afinal, onde foi parar um dos ganhadores do prêmio daquele ano?

Relembrando o caso, o prêmio principal oferecido na virada de 2020 para 2021 superou a marca de R$ 325 milhões.

Dois apostadores acertaram em cheio a sequência sorteada na noite de 31 de dezembro de 2020 (17, 20, 22, 35, 41 e 42). Um deles efetuou a aposta em uma casa lotérica de Aracaju enquanto o outro a fez pela internet.

A aposta sergipana foi sacada nos dias seguintes ao sorteio. Já a aposta feita pelo canal eletrônico da Caixa Econômica Federal nunca foi reivindicada e a pessoa acabou perdendo o prêmio.

O fato de uma bolada de mais de R$ 162 milhões ter ficado na mesa causou perplexidade não só pelo valor em questão, mas pelo mistério em torno do assunto.

Afinal, por que a pessoa não foi buscar o prêmio?

Muito se especulou quanto à resposta a esta pergunta.

Isso porque o Brasil ainda era assolado pela pandemia de covid-19.

  • Teria o ganhador ou ganhadora sido vítima do coronavírus sem saber que tinha direito a uma fortuna?
  • Teria a pessoa esquecido ou bloqueado a senha e ficado sem acesso aos canais eletrônicos da Caixa?
  • Ou teria então a pessoa simplesmente esquecido de conferir o resultado?

O fato é que deixar prêmios de loteria na mesa é menos incomum do que se imagina.

A lei determina que Caixa direcione os prêmios esquecidos de loteria a programas sociais e fundos como o Fies.

Mensalmente, em média, os prêmios deixados na mesa resultam em repasses de meio milhão de reais.

Em abril de 2021, quando o prêmio da Mega da Virada de 2020 expirou, aqueles R$ 162 milhões engordaram consideravelmente os repasses sociais das loterias.

Até hoje, o que aconteceu com o ganhador ou a ganhadora permanece um mistério.

Mais recentemente, um outro caso chamou a atenção.

Em 9 de novembro deste ano, o pecuarista Antonio Lopes acertou sozinho a sequência principal do concurso 2795 da Mega-Sena.

Com uma aposta simples, pelo valor de R$ 5, ele cravou a sequência 13-16-33-43-46-55, o que rendeu a ele mais de R$ 201 milhões, um dos maiores prêmios individuais da história das loterias no Brasil.

Antonio, de 73 anos, deu início aos trâmites para sacar o valor apenas dois dias depois em uma agência da Caixa Econômica Federal em Cuiabá (MT).

Em 4 de dezembro, menos de um mês depois de ganhar na Mega-Sena, Antonio Lopes sofreu um aparente mal súbito enquanto se submetia a um tratamento odontológico.

A investigação inicial do caso aponta para uma parada cardiorrespiratória acidental durante um procedimento de implante dentário. Ele tinha um quadro de diabetes e hipertensão arterial.

Sequestro, extorsão e morte

Jonas Lucas Alves Dias ganhou mais de R$ 47 milhões na Mega-Sena em 2020.

Apesar do valor, Luquinha, como era conhecido, manteve uma vida simples e continuou morando em Hortolândia (SP), nas proximidades de Campinas.

Com exceção da reforma da casa onde vivia com os irmãos, ele deu poucos sinais de que tinha ficado milionário.

O rumor de que Luquinha teria ganhado na loteria começou a circular depois que, repentinamente, ele começou a oferecer ajuda financeira a familiares e amigos em dificuldades.

Em 13 de setembro de 2022, aos 55 anos, Luquinha foi sequestrado por um grupo de criminosos. Eles conseguiram sacar pouco mais de R$ 20 mil. Isso depois de tentarem uma transferência bancária de R$ 3 milhões, aparentemente bloqueada pelo banco.

Depois de mais de 20 horas nas mãos dos sequestradores, ele foi largado às margens da Rodovia dos Bandeirantes depois de ser brutalmente espancado.

Luquinha foi socorrido com vida, mas não resistiu e faleceu no dia seguinte ao sequestro.

Ainda em 2022, cinco pessoas foram presas sob suspeita de envolvimento no caso, registrado pela polícia como extorsão mediante sequestro seguido de morte.

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