Finanças

Oito em cada 10 brasileiros voltam a ficar com nome sujo

Oito em cada 10 brasileiros voltaram para os cadastros de negativação, ou seja, ficam com o nome sujo.

É o que revela levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Segundo o estudo, em agosto 86% das negativações de dívida eram de devedores que já haviam estado no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

O movimento ocorre um ano após a implementação do Desenrola, programa com apoio do governo federal para renegociação de dívidas com instituições financeiras.

Isso, mesmo num momento de crescimento da renda do trabalhador e de níveis de baixa das taxas de desemprego.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,8% no trimestre até julho, o piso para o período desde pelo menos 2012.

Enquanto isso, a renda média do trabalhador cresceu 5,8% no segundo trimestre em relação ao primeiro. 

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o início do ciclo de alta da Selic pode elevar os níveis de inadimplência mais adiante.

Em setembro, o Banco Central elevou o juro no país, de 10,5% para 10,75% ao ano.

A expectativa de economistas é de que a Selic siga em evolução, chegando a 12% no começo de 2025, como reflexo do esforço do BC para controlar a inflação.

A inflação alta, além do juro maior, corrói o poder de compra das famílias.

Aliás, diante desse quadro, as próprias famílias passaram a demandar menos crédito já em agosto, como revelou a Serasa.

A retração de 6,9% na busca dos brasileiros por empréstimos, na comparação anual, foi a maior queda do ano, segundo o levantamento.

Dicas para abandonar o nome sujo

Aline Soaper sugere alguns caminhos para os devedores saírem do cadastro de negativados de um vez e não voltarem mais.

Um deles é evitar adquirir novas dívidas, principalmente se o devedor tem muitas parcelas que comprometem a renda atual.

Outra dica é cortar gastos com produtos e serviços sem uso. Isso pode envolver, por exemplo, assinaturas de streaming, aplicativos pagos no celular e eventuais cobranças automáticas no cartão de crédito.

“Busque alguma atividade para aumentar sua renda. Mesmo que você acredite que não tenha habilidades para gerar mais renda, busque treinamentos para desenvolver novas habilidades e prestar serviços ou abrir seu próprio negócio”, finaliza Aline Soaper.

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