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Obra mais cara? Por que as ações da Rumo (RAIL3) estão no pódio das quedas do Ibovespa após atualização do investimento na Ferrovia de Mato Grosso 

A Rumo (RAIL3) vai desembolsar mais alguns milhões para a construção da Ferrovia de Mato Grosso, anunciada em 2022. A notícia derruba as ações da companhia ferroviária e de logística do Grupo Cosan

Em comunicado ao mercado nesta segunda-feira (26), a empresa atualizou as estimativas de investimentos da primeira fase do projeto, entre julho de 2024 e dezembro de 2026.

Agora, a Rumo prevê gastar entre R$ 3,8 bilhões e R$ 4,3 bilhões na ferrovia. O novo montante representa um acréscimo de R$ 500 milhões às estimativas iniciais e será usado para a construção de um terminal adicional que não estava incluído na projeção anterior. 

Com as mudanças no orçamento, as ações da Rumo operam em queda, figurando com a terceira maior baixa do Ibovespa. Por volta das 13h, RAIL3 caía 3,09%, a R$ 22,88. Já o principal índice da bolsa brasileira avançava 0,68%, aos 136.525,54 pontos, depois de renovar máxima intradiária mais cedo. 

Além da projeção, a empresa excluiu da nova estimativa os valores já desembolsados no projeto até junho deste ano e atualizou premissas de construção e variáveis econômicas.

No comunicado, a companhia ressaltou que “o retorno estimado para o investimento permanece atrativo e em linha com o esperado pela Rumo para esse projeto”. 

A construção da Ferrovia de Mato Grosso

Anunciada em novembro de 2022, a Ferrovia de Mato Grosso vai passar por 16 municípios brasileiros, ligando Rondonópolis, Lucas do Rio Verde e Cuiabá, no Mato Grosso. Segundo a Rumo, a ferrovia terá 743 km de extensão e também será ligada ao Porto de Santos. 

O investimento total estimado será entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões. Com o projeto, a companhia prevê a geração de 186 mil empregos no estado do Mato Grosso.

A ferrovia é construída com capital 100% privado sob regime de autorização via contrato firmado entre a Rumo e o governo de Mato Grosso. A conclusão está prevista para 2030. 

O novo terminal adicionado ao projeto da Rumo tem como objetivo otimizar a movimentação de carga por meio da malha rodoviária existente e das melhorias de infraestrutura em curso na região, segundo a empresa. 

O local deve iniciar a operação em 2026, com capacidade anual para 10 milhões de toneladas e deve ficar a 160km do Terminal de Rondonópolis. 

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Obra mais cara e ações em queda: é hora de comprar Rumo (RAIL3)?

Segundo o Goldman Sachs, a reação negativa do mercado era esperada, dado o aumento significativo no investimento por quilômetro em relação à estimativa anterior. 

Entretanto, o banco manteve a recomendação de compra para as ações da companhia de transporte logístico, com preço-alvo de R$ 29 — o que representa um potencial de valorização de 23% em relação ao último fechamento (R$ 23,61).

Embora a Rumo tenha elevado os gastos estimados para a obra, o Goldman acredita que a visibilidade sobre os retornos de novos investimentos aumenta após o avanço do Ebitda da Rumo nos últimos anos. 

Além disso, as expectativas dos investidores em relação ao ambiente de preços de 2025 — e resultados — diminuíram em relação ao início do ano. 

O Goldman Sachs vê as ações da Rumo sendo negociadas a cerca de 7,3x EV/Ebitda (valor da firma sobre o ebitda) para 2025. 

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