Ações

o que acontece com as ações da Ambipar?

Pouco mais três meses depois de movimentar o mercado com uma alta de mais de 200% em suas ações, a Ambipar (AMBP3) volta a chamar a atenção. Da cotação de R$ 138,25 no último dia 10, começou sua escalada: foi a R$ 195,50 no dia 11, a R$ 217,96 no dia 12 e a R$ 268,51 no dia 13, uma valorização de 94% em três dias.

A movimentação atípica levou a B3 a encaminhar à empresa questionamento sobre as oscilações e a determinar que o papel entrasse em negociação não contínua.

Ou seja, as intenções de compra e venda são coletadas e agrupadas em janelas. A medida vigorou na segunda e terça-feira. Com o novo modelo de negociação, o papel fechou em queda de 13,6%, a R$ 228,99, em relação às cotações de segunda-feira.

O que diz a Ambipar sobre a valorização das ações?

No início da noite, a empresa respondeu à B3 “que não tem conhecimento de qualquer ato ou fato relevante que não seja público e que possa justificar as oscilações”.

E que “inquiriu as pessoas com potencial acesso a atos ou fatos relevantes relacionados aos negócios da companhia, a fim de averiguar se estas possuíam conhecimento acerca de quaisquer informações que poderiam justificar as referidas oscilações, tendo sido informada que tais pessoas também não têm conhecimento de ato ou fato relevante não divulgado que poderia justificar tais oscilações.”

Procurada pelo Valor, a empresa não havia comentado o assunto até a edição desta nota. A B3 vai comunicar o modelo que será adotado nesta quarta-feira antes da abertura do mercado. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também não respondeu ao pedido de informações da reportagem.

AMBP3 hoje

O avanço das ações colocou a Ambipar na lista de 20 empresas mais valiosas da B3, com R$ 44,8 bilhões e acima, por exemplo, de Embraer (R$ 40 bilhões). Em junho a cotação da ação estava em R$ 9,00, com média de negociação diária de R$ 15 milhões. No último dia 12, o volume chegou a R$ 182 milhões.

Para Daniel Nogueira, coordenador de distribuição da InvestSmart, a alta não tem fundamento se os dados do último balanço forem analisados. “A relação entre preço e lucro saiu da média histórica de 44 vezes e hoje está a 300, um múltiplo visto em empresas de alta tecnologia americanas”, avalia.

Nogueira também ressalta que o “free float”, como é chamada parcela das ações em circulação no mercado, está em torno de 15%, abaixo, portanto, dos 30% considerados saudáveis. Em poder do controlador, Tércio Borlenghi Júnior, estão 48,6%. Da Trustee DTVM, 11,9% e do Everest Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia Investimentos no Exterior, 25,3%.

Em julho e agosto, a empresa foi alvo de um “short squeeze”, movimento anormal que faz com que os preços de um ativo disparem. As ações da Ambipar vinham sofrendo desvalorização significativa desde 2022, após um agressivo programa de aquisições de empresas — 42 desde 2020, quando estreou na bolsa — que elevou o endividamento e reduziu o lucro.

Em junho a Ambipar começou um programa de recompra de ações e, em paralelo, Borlenghi Júnior elevou sua fatia. De lá para cá as cotações vieram em trajetória de alta, mas sem elevações muito fortes em curtos períodos, até a movimentação da última semana.

Com informações do Valor Econômico

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