Rogério Xavier, da SPX Capital, retornou ao Brasil impactado pelas eleições municipais e pelo ritmo das finanças públicas na esfera federal. Após arriscar que se o país não enfrentar com seriedade a questão fiscal, pode perder sua âncora fiscal, ele adiantou um quadro que chamou de “nada trivial” para a política. Em suma, uma polarização entre o coach Pablo Marçal e o presidente Lula em 2026.
“Tem um cenário de Lula contra (Pablo) Marçal que, então, eu não acho nada trivial”, disse Xavier durante o Macro Vision, evento organizado pelo Itaú BBA na última segunda-feira (14).
Para ele, que mora em Londres desde 2016, a conjunção entre economia e política apresenta neste momento dois cenários para o Brasil. Um, que segundo ele seria otimista. E outro, que por fim deu a atender julgar catastrófico.
Rogério Xavier: Lula versus Pablo Marçal
No otimista, Xavier enxerga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na disputa contra Lula.
“Há um cenário positivo, óbvio que há. Todo mundo fantasia (que) o governador Tarcísio (de Freitas) possa ser lançado e ser presidente”, diz o gestor que administra R$ 57 bilhões.
“Mas também tem o cenário do Marçal ser candidato e ser o incumbente contra o Lula”, disse ele, sob murmúrio do público – composto por outros gestores, diretores e presidentes de grandes empresas.
Riscos fiscais
Xavier adiantou receios sobre a campanha para a presidência para justificar previsões para a economia brasileira nos próximos dois anos.
Ele rebateu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que pela manhã, no mesmo evento, disse que acreditava na capacidade do governo de cumprir as metas do Arcabouço Fiscal.
“Basicamente, eu sou cético”, disse Rogério Xavier. Segundo ele, o ciclo político de um presidente envolver fazer a parte dura no começo do mandato para gastar no final.
“O job description de um político é se reeleger, embora eu particularmente ache o erro do Brasil a reeleição. Mas o Lula vai querer se reeleger”, afirmou. Segundo ele, Lula vai gastar mais do que já gasta hoje. Pensar diferente, diz, seria “mudar a lei da natureza”.
“Eu não acho que é para ficar short no Brasil. Mas o que eu estou tentando chamar a atenção de vocês é: acompanhem o desenvolvimento fiscal do Brasil. E se preocupem com as variáveis nominais”, destacou Rogério Xavier.
Se quiser acompanhar o que pensa hoje Rogério Xavier com o que dizia em sua passagem anterior pelo Brasil, assista a entrevista que ele concedeu ao PodInvestir, aqui.
