Naufrágio na bolsa: Ibovespa chega a perder os 130 mil pontos e o dólar encosta nos R$ 5,60; saiba o que mexe com os mercados aqui e lá fora
A maré não está para peixe para os investidores brasileiros. Enquanto Nova York opera em alta, o Ibovespa naufraga, chegando a perder os 130 mil pontos, e o dólar à vista encosta nos R$ 5,60.
Por volta de 12h40, o principal índice da bolsa brasileira caía 0,87%, aos 130.369,52 pontos. Na mínima do dia, o Ibovespa chegou em 129.954,61 pontos. No mesmo horário, o dólar à vista avançava 0,87%, a R$ 5,5810. No pico da sessão, a moeda norte-americana alcançou R$ 5,5908.
A divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não ajuda: em setembro, o indicador passou de deflação de 0,02% para inflação de 0,44%, ficando praticamente em linha com as projeções. O Seu Dinheiro repercutiu o IPCA no detalhe e você por conferir aqui.
O que pesa mesmo tanto no Ibovespa como no dólar é o exterior. O desempenho negativo das commodities em um ambiente de incertezas quanto à demanda pelas matérias-primas já fez as ações de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) recuarem mais de 1% na manhã de hoje (09).
Os preços do petróleo renovaram mínimas mais cedo em Londres e Nova York, com perdas superiores a 2%. Traders repercutem falas do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, que teria afirmado que ainda não houve decisão sobre elevação da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) em dezembro.
Do lado do minério de ferro, a frustração com a continuidade do anúncio de medidas de incentivo à economia chinesa vem derrubando os preços — ontem a commodity caiu 5% em Cingapura e hoje o metal voltou a recuar na Ásia (-3,6% em Dalian).
Esse cenário, no entanto, pode se reverter depois que o Ministério de Finanças da China convocou uma entrevista coletiva para o próximo sábado (12), alimentando esperanças de que Pequim esteja preparando estímulos fiscais mais fortes para impulsionar a segunda maior economia do mundo.
A BOLSA SOFREU em setembro e estes são os DOIS CULPADOS
Ibovespa em queda, Nova York em alta e o dólar também
Em Nova York, a maré está mais favorável aos ativos de risco, com as principais bolsas norte-americanas operando no azul — o S&P 500 renovou máxima logo após a abertura, enquanto o Dow Jones avançou mais de 200 pontos.
Lá, os investidores aguardam a ata da reunião de setembro do Federal Reserve (Fed), prevista para às 15h. A expectativa é de que o documento reforce o otimismo dos investidores de que o banco central norte-americano vá navegar em águas mais tranquilas, especialmente depois que o relatório de empregos da semana passada (payroll) mostrou a força contínua do mercado de trabalho.
Antes da abertura de Wall Street, no entanto, os yields (rendimentos) dos títulos do Tesouro dos EUA ampliaram a alta, em meio a declarações da presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan.
Ela disse que há risco de a inflação estagnar acima de 2% e que os dirigentes do BC norte-americano não devem acelerar a flexibilização monetária.
O movimento do mercado no exterior influencia diretamente no comportamento do câmbio por aqui. O dólar à vista, acompanhando a valorização da moeda norte-americana no mercado internacional, opera em alta, chegando a encostar nos R$ 5,60 no final da manhã.
Além da ata do Fed, os investidores aguardam sinais do índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI), que sai amanhã.