Lula autoriza bancos a formalizar frente no Conselhão para debater juros altos, diz Febraban
O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse nesta quarta-feira que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os bancos brasileiros fizeram um acordo para que o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, tenha uma “frente” dedicada a debater as “elevadas” taxas de juros do país. Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano.
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Sidney falou à imprensa sobre o assunto, no Palácio do Planalto, após participar de um encontro de banqueiros com Lula que envolveu também os presidentes do Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, BTG Pactual e Safra.
“Acreditamos que é momento de aproveitar essa janela com crescimento e inflação controladas para atacar problemas estruturais. Lula nos autorizou a formalizar uma frente no Conselhão para debater as taxas de juro elevadas. Aos bancos, não interessam taxas de juros elevadas. Quanto maiores os juros, maiores os riscos de crédito. Queremos que economia possa ser estável, controlada, com taxa de juros baixa. Nosso desejo é que se possam ter juros mais baixos, spread bancário mais baixo para que possamos democratizar o crédito. Mas as condições para o crédito precisam melhorar”, defendeu o representante da Febraban.
Sidney negou que que os bancos tenham feito pedidos específicos ao presidente Lula. Segundo ele, a conversa serviu para que os bancos apresentassem uma visão da conjuntura econômica. “Vamos continuar enviando ao governo nossas sugestões. Não houve pedido especifico de Lula aos bancos, a não ser que continuássemos o diálogo. Levamos a Lula uma visão da conjuntura econômica. Tratamos de vários assuntos, como crédito e bets”, complementou Sidney.
Sobre o Conselhão, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), complementou. “A previsão é instalar [essa frente] ainda em outubro, vamos trabalhar para instalar na semana que vem. A previsão de terminar [a análise do tema] é fevereiro do ano que vem”, explicou o titular da SRI.
*Com informações do Valor Econômico