Klabin (KLBN11) altera dividendos e se prepara para investir
Tanto a alteração na política de dividendos da Klabin (KLBN11) quanto a parceria com a Timo vão na direção de diminuir a dívida financeira da companhia de papel e celulose. A avaliação é do CEO da empresa, Cristiano Teixeira, e que comentou também que a Klabin se prepara para um novo ciclo de investimentos em 2028.
Na noite de segunda-feira (28), a Klabin alterou a política de repasse de proventos a acionistas. A companhia mudou o alvo de remuneração de 15% a 25% de seu lucro operacional bruto para 10% a 20%. O BTG estima uma queda na remuneração por ação da Klabin (KLBN11).
Klabin vai pagar R$ 1,20 a R$ 1,25 por ação (KLBN11)
O CEO da Klabin enfatizou no evento AGF Day que busca se desalavancar no mercado via geração de caixa.
Ele revelou, também, que a Klabin deve pagar R$ 1,20 a R$ 1,25 em dividendos por ação no período de 2025 a 2026.
Assim, a “nova política de endividamento da companhia e de dividendos segue o crescimento da empresa”, afirma Teixera.
A partir desta terça-feira (29), a Klabin determinou que o pagamento alvo de dividendos a investidores deve considerar margem de 10% a 20% sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado.
Novo ciclo de investimento em 2028
A empresa quer aumentar o fluxo de caixa livre porque visa novo ciclo de expansão e crescimento em 2028, disse o executivo em entrevista à Inteligência Financeira.
Em relação a investimentos futuros, a atualização da política de endividamento da gigante de papel e celulose reduz o teto de despesas em relação ao Ebitda em ciclos de expansão. Atualmente, a Klabin (KLBN11) gera em torno de R$ 8 bilhões de Ebitda em um ano.
Antes, a empresa podia expandir a dívida líquida para valer 4,5 vezes seu Ebitda. A partir de terça, a margem caiu para 3,9 vezes.
“Não mexe nada no nosso bolso”, continuou Teixera.
Além disso, na noite de terça-feira, a Klabin (KLBN11) divulgou parceira de investimento com a Timo (Timber Management Organization) para aportes em quatro sociedades de propósito específico (SPE) relacionadas ao Projeto Plateau.
As SPEs serão compostas por ativos florestais do Projeto Caeté 2, sendo que a Timo deve desembolsar R$ 1,8 bilhão de investimento no primeiro semestre de 2025.
“O movimento ajuda trazendo sócios, otimizando o capital da companhia e os benefícios da aquisição do Projeto Plateaus. Mantendo os benefícios e não utilizando capital próprio, a Klabin tem melhora e mantém a geração de caixa da companhia”, afirmou o CEO da empresa.
Qual o principal risco para a Klabin (KLBN11) no futuro?
Segundo Teixeira, a Klabin encontra dificuldade enorme no mercado de trabalho.
Isso porque a formação de mão de obra técnica e científica são “grandes desafios”, comentou o executivo.
A rotatividade de profissionais qualificados, quando passam nas vagas, também chegar a ser um desafio.
“Existe dificuldade em contratar e a rotatividade é alta.”
Ele explica que a Klabin (KLBN11) inaugurou uma escola técnica e tem programas para formar principalmente técnicos florestais e engenheiros de papel e celulose.
BTG vê movimento da Klabin como positivo
O BTG Pactual vê a alteração da política de endividamento e dividendos como um “movimento bem-vindo”.
“Acreditamos que esses movimentos são bem-vindos, especialmente à luz da alta percepção de risco de custo de aquisição de capital e M&A no setor (papel e celulose)”, escrevem os analistas Leonardo Correa, Marcelo Arazi e Bruno Lima, do BTG.
O banco estima que a alavancagem da Klabin pode melhorar em 0,3 pontos até o final de 2025. Ou seja, deve sair do atual patamar de 3,3 vezes o Ebitda para 3,0 vezes.
Mas o dividend yield deve sofrer redução com a mudança. Não só para o ano que vem como para 2026.
Entre 2025 e 2026, o BTG vê a ação da Klabin (KLBN11) pagando 5% a 5,5% do seu valor somente em dividendos. Anteriormente, a projeção era de um yield de 6,5% a 7%.