Juros futuros sobem e taxas longas vão às máximas desde 2023 com mal-estar fiscal
Os juros futuros encerraram a sessão desta quarta-feira (27) em forte alta, pressionados pela frustração dos investidores com as notícias envolvendo o pacote de ajuste fiscal, que deve ser anunciado oficialmente na noite de hoje, e a possibilidade de que a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil seja divulgada junto.
Com isso, o noticiário minou a já baixa confiança do mercado nos esforços fiscais do governo, provocando uma ampla deterioração dos ativos domésticos. Vale ressaltar ainda que o movimento local contrariou o fechamento da curva de juros nos Estados Unidos, em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) continue a flexibilizar a sua política monetária em dezembro.
Ao fim da sessão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2026 subiu de 13,28%, do ajuste anterior, para 13,50%; a do DI de janeiro de 2027 saltou de 13,325% para 13,62%; a do DI de janeiro de 2029 teve forte alta de 13,08% a 13,45% e a do DI de janeiro de 2031 foi de 12,92% para 13,29%.
Com a deterioração de hoje, os juros futuros alcançaram novos recordes para o ano, enquanto as taxas de longo prazo renovaram as máximas desde março de 2023. A curva a termo ainda chega a precificar uma Selic de quase 14,5% no fim do ciclo de aperto monetário do Banco Central.
Nos Estados Unidos, o rendimento da T-note de dez anos anotava queda de 4,310% para 4,253%, perto do horário de fechamento do mercado doméstico.
*Com informações do Valor Econômico