Investir no exterior é apostar contra o Brasil?
Investir no exterior pode ser uma alternativa para quem busca diversificar a carteira de investimentos. Ao incluir ativos de outros países, é possível reduzir a exposição a riscos específicos de uma única economia ou mercado.
Essa estratégia permite o acesso a diferentes setores e oportunidades ao redor do mundo, o que pode trazer mais equilíbrio ao portfólio. No entanto, ela também envolve desafios, como a volatilidade cambial e as variações nas regulamentações de cada país.
Atualmente, grande parte dos brasileiros ainda mantém a carteira concentrada no Brasil. De acordo com dados apresentados por Natalia Lima, CFO da Nomade, durante Women Invest Summit 2024, os investidores brasileiros mantém cerca de 96% dos ativos alocados no país.
“Temos hoje uma taxa de juros alta, assim como CDI e juros nominais. Por isso, quando falamos sobre investimentos no exterior, a concentração ainda é baixa. Escutamos muito sobre a insegurança de investir lá fora. Na minha visão, arriscado é investir no Brasil”, ressaltou Natalia.
Na visão da especialista, esse cenário está mudando aos poucos. “Não era algo ofertado e nem disponível para a maior parte da população. Hoje, já é possível começar a investir no exterior com pouco dinheiro”, pontuou.
Investir no exterior significa apostar contra o Brasil?
Para Natalia, investir no exterior não exclui o investimento em ativos locais. Portanto, não significa apostar contra o Brasil, mas sim complementar uma estratégia com outra. “Quando não participamos do mercado internacional, de certa forma estamos nos posicionando contra o dólar e essa economia. Não se trata de ter 100% do seu patrimônio em real ou 100% em dólar, mas de entender que a exposição, mesmo em reais, está atrelada ao dólar”, explicou.
Ela ainda acrescentou que a geração de riqueza e a multiplicação do patrimônio são benéficas para a economia local. “Ao investir no exterior, não estamos jogando contra o Brasil. Se meu patrimônio tem maiores retornos, eu poderei contribuir melhor para a economia.”
Qual é a melhor forma de começar?
Para começar a investir no exterior, o primeiro passo é definir o seu perfil de investidor e os objetivos que você deseja alcançar com essa diversificação. Em seguida, é necessário escolher uma corretora que ofereça acesso a ativos estrangeiros. É importante avaliar os custos envolvidos, como taxas de corretagem e impostos, além de considerar a conversão de moeda e o impacto da variação cambial.
Depois de escolher a corretora, é preciso selecionar os tipos de ativos que melhor se alinham à sua estratégia.
Entre as opções disponíveis estão ações de empresas globais, ETFs (fundos de índice) que replicam mercados internacionais, títulos de dívida e REITs (fundos imobiliários estrangeiros).
É essencial estudar as características de cada ativo e entender os fatores que influenciam os mercados internacionais.