Investidor que previu crise de 2008 chama criptomoedas de “ioiô” e diz que não são proteção
Steve Eisman, investidor que ficou rico após prever a crise de 2008, conversou com a Business Insider nesta quinta-feira (5), explicando os motivos pelos quais se recusa a prever outra crise financeira no mundo.
Independente disso, Eisman voltou a criticar as criptomoedas ao chamá-las de “ioiô” devido às suas constantes subidas e descidas. Indo além, também disse que o tamanho desse mercado é minúsculo para servir de proteção contra algo grande.
No ano passado, o investidor já havia afirmado que o Bitcoin não serve para nada. Portanto, seu pensamento não mudou desde então.
Steve Eisman diz que criptomoedas não são proteção contra crises
Além de ter ganhado muito dinheiro ao ‘shortar’ obrigações de dívida colateralizada (CDOs, na sigla inglesa) antes do estouro da bolha imobiliária de 2008, Steve Eisman ficou famoso após ser incluído no livro A Grande Aposta, escrito por Michael Lewis, sobre o nome de Mark Baum.
No cinema, seu papel foi interpretado por Steve Carell, aumentando ainda mais a fama do investidor.
Em uma antiga entrevista à AFP, Eisman disse que se sentia como Noé em sua arca. “Você acha que Noé estava feliz?”, disse ele, parecendo triste ao ganhar bilhões ao prever crise, mas vendo a economia global colapsar e diversas pessoas sofrerem.
Em nova conversa, publicada nesta quinta-feira (5), Eisman disse que não vê nenhuma grande crise na próxima década.
“Eu não me preocupo mais com o sistema financeiro. Muitas pessoas se preocupam — elas parecem ver uma crise a cada minuto”, disse Eisman ao Business Insider. “Sempre que eu vou a esses programas, é como se eles estivessem me implorando, me implorando, para prever o fim do mundo novamente.”
“Se os fatos mudarem e eu ver algo, eu direi algo, mas não vou me esforçar para prever o fim do mundo quando não vejo o fim do mundo.”
Com ou sem uma crise, Eisman já estaria pensando em qual seria o seu bote salva-vidas. Conforme o investidor já criticou as criptomoedas no passado, chamando-as de “especulação sobre especulação”, não é surpresa que elas não sejam seu porto-seguro.
Explicando seu pensamento, Eisman criticou tanto a volatilidade das criptomoedas quanto o seu tamanho.
“Por mais que as pessoas gostem de investir em criptomoedas, o tamanho das criptomoedas — mesmo com o tamanho que alcançaram — é nada”, disse Eisman. “É uma espinha em comparação ao tamanho do mercado global de títulos do Tesouro dos EUA.”
“Você não pode basear um sistema financeiro global em uma moeda que sobe e desce todo dia como um ioiô.”
Para os fanáticos do Bitcoin, essas duas características podem ser vistas como bons sinais.
No mês passado, por exemplo, Willy Woo afirmou que o Bitcoin atingira US$ 1 milhão por unidade quando alcançar 1% do valor dos ativos de riqueza do mundo. Michael Saylor, fundador da MicroStrategy, é outro que comparou o tamanho do Bitcoin aos títulos de governos, mas com bons olhos.
Dado isso, Eisman afirma que o Bitcoin pode não ser uma proteção para grandes crises, mas há muitos gigantes apostando pesado que ele se tornará. O mesmo acontece com a volatilidade, que vem caindo ao longo dos anos.
Por fim, outra estrela do livro/filme A Grande Aposta que gosta de criticar as criptomoedas é Michael Burry, interpretado por Christian Bale nas telonas. De qualquer forma, suas previsões sobre esse mercado costumam estar sempre erradas.