Interpol vai treinar policiais do Brasil em investigação de criptomoedas
Em uma parceria com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Interpol vai treinar profissionais do Brasil em vários temas, inclusive na investigação de transações com criptomoedas.
Os agentes de segurança podem ser delegados, investigadores e escrivães das polícias civis de todas as unidades da Federação. Desde o início da parceria, eles passam a ter acesso à plataforma de cursos certificados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Os cursos também abrangem temas como pirataria, contrabando, sonegação fiscal e outros crimes contra a propriedade intelectual.
Plataforma da Interpol vai capacitar mais de 500 profissionais de segurança do Brasil em investigação de criptomoedas
A iniciativa conjunta entre a Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), que faz parte da Senacon, e a Interpol, proporcionará a capacitação de mais de 500 profissionais de segurança pública em todo o Brasil.
Segundo o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, essa é uma medida essencial para o fortalecimento do combate ao mercado ilegal. “Estamos fornecendo aos nossos agentes o conhecimento necessário para enfrentar crimes complexos e transnacionais que afetam diretamente a saúde e segurança da nossa população“, enfatiza Damous.
O Centro Internacional de Investigação contra Crimes de Propriedade Intelectual (International IP Crime Investigators College), responsável por ministrar os cursos, é uma referência mundial na área, tendo formado aproximadamente 37 mil alunos ao longo de mais de 10 anos de atuação em seus módulos on-line.
A grade curricular inclui temas como investigações em ambiente digital, identificação de produtos falsificados, conexões entre crimes como tráfico de drogas e armas com delitos de propriedade intelectual, e investigação de criptomoedas.
O secretário-executivo do CNCP, Andrey Correa, ressalta a importância dessa iniciativa. “Estamos assegurando uma capacitação de alto nível internacional para todos os profissionais da segurança pública, abordando as temáticas mais relevantes para o Estado brasileiro“, destacou. Com informações do MJSP, divulgadas na última terça-feira (27).
Pirataria de produtos farmacêuticos, alimentícios e de bebidas no topo das preocupações
Entre as próximas etapas do projeto estão a ampliação da tradução dos cursos, uma vez que parte do material ainda não está disponível em português, bem como a inclusão de outros servidores públicos que atuam no combate ao mercado ilegal.
As principais preocupações do CNCP incluem o combate a redes de contrabando e à falsificação de produtos farmacêuticos, cosméticos, assim como os alimentícios e bebidas, que representam sérios riscos à saúde dos consumidores.
Além disso, a pirataria no ambiente digital é uma prioridade, devido aos riscos que oferece à segurança digital dos cidadãos. Por fim, vale o destaque que a Interpol é uma entidade intergovernamental que atua em parceria com 195 países.