Inteligência Artificial no mercado financeiro: como será o futuro?
A Inteligência Artificial está em tudo, inclusive no mercado financeiro. Durante um painel no evento “Ponto de virada”, promovido pelo íon Itaú, especialistas discutiram como essa tecnologia e as criptomoedas estão moldando o futuro dos investimentos.
Os avanços tecnológicos e as novas tendências apresentam a IA como uma ferramenta transformadora para melhorar a eficiência das decisões financeiras e expandir os horizontes dos investimentos. Além disso, os criptoativos estão presentes nas carteiras de muitos investidores.
Julia De Luca, vice-presidente de Tecnologia no Itaú BBA, destacou três fatos marcantes sobre a evolução da IA. “No terceiro trimestre de 2024, um em cada três dólares investidos globalmente foram direcionados para a Inteligência Artificial”, ressaltou a especialista.
Em paralelo, o bitcoin tem registrado alta nos últimos dias, atingindo a marca de quase US$ 90 mil. “Já uma pesquisa da PwC mostrou que 80% dos CEOs globais consideram a IA como uma prioridade para o futuro de suas empresas”, destacou Julia.
O impacto da Inteligência Artificial no mercado
Cláudio Sanches, diretor de investimentos do Itaú Unibanco, reforçou que a Inteligência Artificial no mercado financeiro ocupa o espaço de uma tecnologia voltada para fazer previsões mais assertivas. “A IA ajuda o investidor a tomar decisões baseadas em dados históricos, oferecendo uma visão mais clara do futuro”, explicou. Para ele, a IA não apenas melhora o processo de tomada de decisão, mas também contribui para previsões mais precisas e eficazes.
Já Guto Antunes, superintendente da Itaú Digital Assets, acrescentou que a IA tem o poder de transformar o acesso à informação no mercado financeiro, especialmente no universo dos ativos digitais. “Ela nos permite entender dados e gerar insights de forma rápida e analítica”, afirmou.
Brasil adota IA, mas enfrenta desafios
O painel abordou também o cenário brasileiro em relação à IA e à inovação tecnológica. Guto destacou que o Brasil é um “early adopter” (algo como “adotador precoce”) de novas tecnologias. “O brasileiro é muito receptivo a testar novas ferramentas, como vimos com o sucesso do Uber e WhatsApp”, comentou.
No entanto, Claudio Sanches apontou que, apesar do entusiasmo do Brasil, o país ainda enfrenta desafios em termos de capital humano e infraestrutura. “Ainda estamos atrás de países desenvolvidos, onde o conhecimento e os investimentos em IA estão mais avançados”, afirmou. Ele sublinhou a escassez de cientistas de dados e especialistas na área, o que representa um obstáculo para o crescimento da IA no Brasil.
Julia concordou com a necessidade de investimentos em talento e infraestrutura. Porém, ressaltou que, apesar disso, empresas brasileiras estão aproveitando as ferramentas de Inteligência Artificial disponíveis no mercado. “Apesar dos desafios, temos empreendedores talentosos usando IA para melhorar soluções e serviços”, concluiu.
Blockchain e criptomoedas: o futuro das transações financeiras
O uso de blockchain e criptomoedas também foi tema do painel, com destaque para a segurança e a transparência das transações. Guto explicou que a blockchain permite a validação de informações de forma descentralizada, o que o torna uma solução ideal para registrar transações financeiras, como a transferência de imóveis.
Já Cláudio Sanches reforçou que as criptomoedas não são apenas uma classe de ativos de investimento, mas também uma alternativa de moeda global. “As criptos podem ser usadas sem os impactos das políticas econômicas locais e têm um papel social importante, principalmente para a população desbancarizada”, disse.
Guto acrescentou que as novas gerações enxergam as criptomoedas não apenas como uma forma de investimento, mas também como um novo conceito de “propriedade digital”, que protege contra as instabilidades econômicas tradicionais.
O papel dos bancos e a aplicação de IA no mercado financeiro
Por fim, os especialistas falaram sobre como os bancos estão aplicando a IA no setor financeiro. Claudio Sanches explicou que, embora seja difícil prever como a IA irá transformar os investimentos nos próximos cinco anos, os bancos estão criando soluções que vão desde assistentes virtuais até sistemas de recomendação personalizada para os clientes. “A IA será capaz de tomar decisões financeiras mais informadas e precisas do que os humanos”, afirmou.
Dentro do Itaú, Guto afirmou que a tecnologia está sendo testada para aprimorar diversos processos. Neste sentido, a IA tem um grande potencial, auxiliando os seres humanos em tarefas mais repetitivas ou que muitas vezes exigem uma análise de grande volume de dados.