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índice tem maior rentabilidade, mas vale a pena?

O IMA-B 5+ foi o índice com maior rentabilidade em julho entre os títulos públicos. De acordo com indicadores da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as carteiras de renda fixa com prazos mais longos, com títulos indexados ao IPCA e vencimento de cinco anos, registraram uma valorização de 3,24%.

Vinicius Romano, especialista em renda fixa da Suno Research, explica que desde o início do ano o mercado de renda fixa brasileiro tem enfrentado desafios devido ao risco fiscal e os efeitos da política monetária restritiva dos Estados Unidos.  

“No entanto, o recente anúncio de medidas de congelamento de recursos pelo governo e a expectativa de que o Federal Reserve reduza os juros americanos nos próximos meses possibilitaram uma reprecificação mais favorável para os títulos com prazos mais longos, apesar das incertezas persistentes no mercado”.

O que é o IMA-B5+? 

O IMA-B 5+ é um índice composto por títulos públicos indexados à inflação (NTN-Bs) com vencimento igual ou superior a cinco anos. “Para investidores que buscam exposição à inflação de longo prazo no Brasil, o ETF que replica o IMA-B 5+ (IB5M11) pode ser uma opção atrativa”, explica Vinicius. 

Assim, não é possível investir diretamente no índice. Neste caso, é preciso recorrer aos fundos que replicam o IMA-B5+, como o ETF citado pelo especialista. Além dos fundos de índice negociados em bolsa, outros fundos de renda fixa e de previdência investem nesses títulos.  

Vale a pena investir no IMA-B 5+ agora? 

Vinicius ressalta que apesar do bom desempenho em julho, os preços desses títulos variam diariamente devido à marcação a mercado. “Investidores mais conservadores devem ajustar o tamanho da exposição para minimizar os efeitos da volatilidade”.  

Já Mayara Ranni Sekertzis, head de fundos e previdência da Manchester Investimentos, destaca que, no caso de índices como o IMA-B 5+, quanto maior o prazo de um papel, maior é a sensibilidade do título às variações de taxas de juros.

“O investidor precisa estar ciente do risco das flutuações na rentabilidade. Principalmente em períodos de altas de juros, quando esses papéis acabam sendo precificados para baixo”.  

Sobre investir ou não no índice, a especialista ressalta que é preciso considerar que o cenário de juros no Brasil ainda é incerto.

“Se há uma expectativa de novos cortes da Selic, pode ser uma boa oportunidade. No entanto, se o cenário mudar e os juros subirem, esse título pode perder valor. Além disso, o momento de entrada precisa ser muito bem avaliado, considerando o horizonte de investimento e tolerância ao risco. O risco no caso, é de volatilidade, e não do papel em si e do emissor”.  

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