Ibovespa tem maior queda diária desde novembro de 2022 com temor fiscal e Fed
A sangria no mercado local com a escalada da crise de credibilidade do governo no mercado financeiro levou o Ibovespa a registrar a maior queda diária desde 10 de novembro de 2022, ao despencar 3,15%, aos 120.772 pontos, bem perto da mínima do dia de 120.457 pontos. Já na máxima, o principal índice da bolsa brasileira chegou a tocar os 124.698 pontos.
Uma “tempestade perfeita” no mercado local e externo derrubou o desempenho dos ativos domésticos em um ambiente em que investidores permanecem temerosos com o andamento e possível desidratação do pacote fiscal no Congresso.
No começo do dia, o leilão de recompra de títulos do Tesouro Nacional não foi capaz de aliviar a escalada dos juros futuros. Na sequência, a informação apurada pelo Valor de que o subsecretário da Dívida Pública, Otavio Ladeira, se afastou do cargo para assumir posição na Organização das Nações Unidas (ONU), trouxe mais incerteza a agentes financeiros.
Já o “sprint final” de queda veio com declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, de que as pressões inflacionárias pedem mais cautela no corte das taxas. Ajustes feitos nas projeções econômicas divulgadas pela autoridade monetária americana também geraram efeitos negativos. Em NY, os principais índices despencaram: o Nasdaq caiu 3,56%, o S&P 500 recuou 2,95% e o Dow Jones registrou perdas de 2,58%.
O volume financeiro do Ibovespa na sessão foi de R$ 26,4 bilhões e de R$ 34,0 bilhões na B3. Apenas três ações avançaram no pregão: Marfrig (+1,81%), MRV (+1,54%) e Santos Brasil (+0,54%). Na ponta contrária, os papéis da Automob passaram por correção e recuaram 30% após dois pregões seguidos de forte alta. Ações domésticas como CVC (-17,11%) e Magazine Luiza (-10,04%) foram destaque de queda com a disparada dos juros futuros.
*Com informações do Valor Econômico