Governo brasileiro testou rede Ethereum para gestão de obras
O Projeto Construa Brasil, liderado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com a execução da Rede Catarinense de Inovação (Recepeti), fechou o primeiro ciclo de suas atividades na segunda-feira (25).
O evento, realizado no Auditório Celso Furtado, em Brasília, reuniu representantes do setor público e privado para apresentar os resultados alcançados e destacar os produtos desenvolvidos pelo projeto, com foco na modernização da construção civil.
O Construa Brasil teve como objetivo transformar o ambiente de negócios do setor, contribuindo para a desburocratização, digitalização e industrialização dos processos da construção.
Os debates no evento abordaram temas essenciais, como a implementação do Building Information Modeling (BIM), a modernização de processos e a construção industrializada, alinhados às diretrizes da Nova Indústria Brasil e da Nova Estratégia BIM BR.
Projeto Construa Brasil testou a rede Ethereum como forma de gestão de obra
Com testes em ambiente blockchain, o Governo do Brasil lançou o novo Guia de Aplicação BIM-IoT-Blockchain Uso de Tecnologias I4.0 e BIM em Gestão de Obras. O material disponível aos interessados gratuitamente conta como as novas tecnologias emergentes, como blockchain e IoT, por exemplo, podem impactar a gestão de obras.
No caso da blockchain, um teste utilizando a rede Ethereum registrava informações entre um fabricante de esquadrias e o fornecedor de serviço de instalação das mesmas.
“O experimento realizado no âmbito do Construa Brasil consistiu na criação de um contrato Inteligente testado com o envio de uma transação contendo o código compilado de um contrato inteligente (deploy) sem especificar os receptores no blockchain Ethereum. O contrato inteligente registra as transações entre o fabricante de esquadrias e o fornecedor do serviço de instalação das mesmas.”
No teste, o projeto do governo brasileiro queria estimar os custos financeiros da instalação das esquadrias. Para aperfeiçoar o sistema, foi-se utilizado um Oráculo da Chainlink para integração com IoT, o que mostra um amplo teste com a tecnologia.
O relatório destaca que uma aplicação similar a esta pode encontrar várias funcionalidades, inclusive a de pagamentos com criptomoedas.
“A partir daí, a blockchain poderia ser usada para remunerar o serviço por meio de criptomoedas, ou apenas guardar o registro imutável das datas e quantidades de serviço, permitindo até a criação de um contrato de desempenho, com metas de produtividade, e
assim por diante.”
Após o estudo e até a criação de um protótipo com duas construtoras, o Projeto Construa Brasil destacou que há uma boa viabilidade de se construir uma aplicação com blockchain em canteiros de obras.
De qualquer forma, o novo estudo com blockchain mostra que o Brasil segue atento a oportunidades no mercado, e até já testando pagamentos em criptomoedas como parte da modernização do sistema.