Gestora da Faria Lima compra bitcoin para rebater prejuízo contra CDI
A gestora brasileira Verde Asset, fundada por Luis Stuhlberger, anunciou para seus clientes que comprou bitcoin antes de Donald Trump vencer as eleições presidenciais dos EUA em 2024.
De acordo com apuração do site Inteligência Financeira, o Fundo Verde realizou a aquisição de bitcoin sem fornecer detalhes de qual o tamanho da posição. Ou seja, não está totalmente claro quanto a gestora comprou e nem qual seu lucro na posição.
De qualquer forma, considerando a data das eleições dos EUA, no dia 5 de novembro de 2024, já se passaram sete dias, e a alta do bitcoin no período é de 24%, cotado nesta terça-feira (12) em US$ 85,7 mil por unidade. Ou seja, qualquer valor aportado resultou em ganhos consideráveis para apenas sete dias, algo que nenhum outro mercado consegue acompanhar atualmente.
Verde Asset comprou bitcoin para reverter prejuízo que teve em relação ao CDI
O Fundo Verde, da Verde Asset deu um prejuízo de −0,18% para seus investidores em outubro de 2024, frente ao índice CDI que valorizou 0,93%. No consolidado do ano, o Fundo Verde dá um retorno de 6,2% sobre o patrimonio, enquanto o CDI dispara para 9% da renda fixa pós-fixada.
Investimentos atrelados ao CDI são populares entre investidores conservadores, pois acompanham as oscilações da taxa básica de juros do país. Assim, oferecem retorno próximo ao praticado nos empréstimos interbancários e funcionam como uma alternativa segura e de liquidez diária no mercado financeiro brasileiro.
Com o investimento em bitcoin, a gestora brasileira comprou pela primeira vez uma posição pequena, disse em carta aos investidores. Além disso, aumentou sua aposta na venda da moeda fiduciária da China, o Renminbi.
A gestora ainda declarou aos seus investidores que o governo Lula tem prometido mais do que consegue entregar no campo fiscal. Considerada uma das gestoras tradicionais da Faria Lima, a Verde é uma das primeiras a se render ao bitcoin e mostrar otimismo com a moeda digital frente aos desafios atuais do Brasil.
Brasil e Bitcoin
A relação do Brasil com o bitcoin é uma das maiores do mundo, visto que os brasileiros já começaram a se atentar para a nova realidade. Com uma moeda fraca no mundo, o Real brasileiro opera em queda livre frente ao Dólar, principalmente em 2024.
Cotado nesta terça em R$ 5,76, o Dólar ganhou 18% de valor em relação ao BRL, o que pressiona o comércio brasileiro e consequentemente piora o cenário já difícil de inflação. Com o governo adiando reformas fiscais sérias, a situação se agrava e pressiona investidores do país.
De qualquer forma, o bitcoin renovou suas máximas em Dólar e segue se apresentando como uma moeda alternativa, ainda que alguns lhe usem como investimentos e o procurem até para reverter prejuízos com o mercado tradicional.