Economia

Fundo imobiliário TRBL11 não recebe aluguel de imóvel e volta a ter impasse com os Correios

Ano novo, vida nova? Não para o fundo imobiliário Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) e os Correios. Isso porque o FII e a empresa arrastam para 2025 um impasse sobre a locação de um galpão localizado em Contagem (MG).

Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Imobiliários (CVM) na noite da segunda-feira (13), a empresa não realizou o pagamento do aluguel de dezembro para o fundo.

O TRBL11 retomou a cobrança dos valores ainda no início de dezembro, após o fim de uma interdição no galpão que permitiu a retomada das atividades em todo o Centro de Distribuição.

De acordo com o documento divulgado pelo fundo, os Correios seguem com a posse do imóvel, “onde mantêm os seus equipamentos instalados e algumas mercadorias dentro do galpão, apesar da operação não ter sido reestabelecida pelo locatário até a presente data”.

Além disso, o TRBL11 afirma que a companhia foi “devidamente  prontamente informada a respeito da desinterdição do imóvel”, além de ter sido “alertada sobre a retomada da cobrança dos aluguéis”.

Agora, o fundo afirma que tomará as medidas cabíveis para que o valor devido seja honrado o mais rápido possível.

A interdição do galpão em Minas Gerais

O impasse entre o TRBL11 e os Correios teve início com a identificação de problemas no recalque de uma das placas de vedação lateral do imóvel. Após identificar os problemas, a estatal suspendeu as atividades no empreendimento em outubro. 

Segundo a empresa, o fundo foi informado dos danos na estrutura do empreendimento.

Alguns dias depois, a Defesa Civil determinou a interdição parcial do imóvel e o monitoramento contínuo do centro logístico. A área interditada correspondia a 6% do empreendimento. Após nova vistoria, porém, o órgão determinou a interdição total no final de outubro.

Já em dezembro, o TRBL11 anunciou a liberação do imóvel. Na época, o galpão passou por intervenções realizadas pelo fundo e por uma vistoria da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e das demais Secretarias do município.

A situação levou a uma troca de acusações entre as partes – e a uma solicitação da rescisão do contrato pelos Correios.

Isso porque, segundo as gestoras do FII, o locatário era contratualmente responsável pelas manutenções preventivas, corretivas e preditivas do imóvel, mas não vinha realizando o necessário.

Já os Correios afirmaram que foi estabelecido em contrato que “a responsabilidade por reparos estruturais é do locador e não dos Correios, a quem cabe apenas manutenção”.

No início de dezembro, o impasse ganhou um novo desdobramento: os Correios notificaram o TRBL11 sobre a abertura de um processo administrativo de rescisão unilateral do contrato de locação.

Após a solicitação, Anita Scal, sócia da Rio Bravo, revelou que os custos das manutenções foram inicialmente arcados pelo fundo. Isso porque as obras no imóvel ganharam caráter emergencial para a desinterdição.

Além disso, ela afirmou que o fundo assumiu a reforma a fim de evitar maiores prejuízos ao empreendimento e aos investidores.

Agora, apesar de o impasse sobre as obras ter ficado em 2024, fica a questão da rescisão de contrato solicitada pelos Correios. 

O Seu Dinheiro entrou em contato com a empresa a respeito do pagamento do aluguel atrasado e da rescisão da locação do galpão. Porém, até o momento da publicação desta matéria, a estatal não respondeu ao pedido de esclarecimentos.

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