Finanças

financiamento imobiliário vai ficar mais caro?

A expectativa crescente do mercado de que a Selic vai subir nos próximos meses deixou no ar uma dúvida para quem pretende tomar financiamento imobiliário: é melhor fazer o empréstimo agora, antes que as taxas subam?

Isso porque um aumento do custo do dinheiro que os bancos tomam acaba sendo obrigatoriamente repassado aos clientes.

Maior do setor no Brasil, com cerca de 70% do crédito para compra da casa própria, a Caixa Econômica Federal deu nesta quinta-feira (22) sinais distintos a respeito.

Em relação ao financiamento de imóveis mais populares, com recursos do FGTS, a expectativa é de que nada mude. A sinalização é do vice-presidente de finanças da Caixa, Marcos Brasiliano.

Antes de tudo, a compra de imóveis financiada com dinheiro do Fundo de Garantia vale para famílias com renda mensal de até R$ 8 mil.

Isso mesmo com as mudança recente no FGTS. Que elevou a rentabilidade de 3,5% ao ano para algo em torno de 7,8%, a remuneração atual da caderneta de poupança.

Segundo Brasiliano, como a Caixa nos últimos anos vinha pagando um extra para os cotistas do fundo, no final a remuneração do FGTS já era parecida com a da poupança.

“Aqui não deve ter mudança nas taxas”, disse ele.

Nesses financiamentos, que valem inclusive para alguns imóveis financiados pelo programa Minha Casa Minha Vida, a taxa está na casa dos 8% ao ano.

Financiamento imobiliário pela poupança

Já no financiamento imobiliário da Caixa para compra de imóveis com recursos da poupança, a história pode ser diferente.

Nos últimos anos, mesmo com a Selic mais alta, a Caixa manteve as taxas ao redor de 10%. Se valendo em parte do uso de recursos de mercado, com instrumentos como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), isentos de Imposto de Renda.

Isso porque a captação de poupança caiu, refletindo a busca das pessoas por outros produtos de investimentos.

No entanto, com as mudanças adotadas pelo governo nos CRIs neste ano, aumentando o prazo mínimo de captação de 9 para 12 meses, o volume caiu.

O banco está tentando convencer o governo a voltar para os prazos anteriores.

Ao mesmo tempo, tenta convencer o Banco Central a reduzir o percentual dos depósitos da poupança que a Caixa tem que recolher diariamente aos cofres da autoridade monetária.

Uma redução de 5 pontos percentuais elevaria o potencial de recursos disponíveis em torno de R$ 40 bilhões, estima o banco.

“Dinheiro vai ter, a questão é a que preço. Faremos o máximo para manter o juro que a gente tem hoje”, disse à Inteligência Financeira a vice-presidente de habitação da Caixa, Inês Magalhães.

“Mas o desafio permanece”, disse ela.

Por ora, a expectativa do banco é de conceder em 2025 cerca de R$ 70 bilhões em empréstimos imobiliários, o mesmo volume previsto para este ano.

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