ETF de Bitcoin da BlackRock já é maior que seu ETF de ouro
Após uma entrada monstruosa de US$ 1,12 bilhão (R$ 6,47 bilhões) nesta quinta-feira (27), o ETF de Bitcoin da BlackRock ultrapassou seu ETF de ouro. Segundo dados da própria gestora, hoje ela administra US$ 32,9 bilhões em ouro no IAU e US$ 33,1 bilhões em Bitcoin no IBIT.
Uma diferença que chama atenção são as datas de lançamento. Enquanto o IAU foi lançado em 2005, há 19 anos, o IBIT possui apenas 10 meses de existência.
No momento desta redação, a BlackRock possui 447.217 bitcoins em seu ETF, cerca do dobro do GBTC da Grayscale que ocupa o segundo lugar.
ETFs de Bitcoin batem recorde diário de entradas
Eric Balchunas, especialista da Bloomberg em ETFs, creditou o recorde de entradas nos ETFs de Bitcoin à vitória de Donald Trump nas eleições americanas. Também nesta quinta-feira (7), o Fed cortou os juros em 0,25%.
O recorde anterior era de US$ 1,05 bilhão, registrado em março. Nesta quinta-feira (7), as entradas foram de US$ 1,38 bilhão (R$ 8 bilhões).
Deste número, US$ 1,12 bilhão (R$ 6,47 bilhões) estão ligados ao IBIT da BlackRock, também batendo seu recorde individual. Na sequência aparecem outros US$ 190,9 milhões no FBTC da Fidelity e valores menores em fundos de outras gestoras.
Bitcoin é o novo ouro?
Muitos apontam que o Bitcoin é um ouro digital devido a sua escassez. Indo além, também destacam que a criptomoeda é melhor em termos de armazenamento, transportabilidade, divisibilidade, e outros pontos, em comparação ao metal.
Até mesmo Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin, elaborou um pensamento sobre esses dois ativos em 2010.
“Como um experimento mental, imagine que houvesse um metal comum tão escasso quanto o ouro, mas com as seguintes propriedades:
- Cor cinza e sem graça
- Não é um bom condutor de eletricidade
- Não é particularmente forte, mas também não é dúctil nem facilmente maleável
- Não é útil para nenhum propósito prático ou ornamental
E uma propriedade especial e mágica:
- Pode ser transportado por um canal de comunicação
Se, por algum motivo, ele adquirisse algum valor, então qualquer pessoa que quisesse transferir riqueza a longa distância poderia comprar, transmiti-lo e fazer com que o destinatário o vendesse.
Talvez ele pudesse obter um valor inicial de forma circular, como você sugeriu, por pessoas que preveem seu potencial de utilidade para trocas. (Eu com certeza gostaria de ter alguns). Talvez colecionadores, ou qualquer outro motivo aleatório, pudesse desencadear isso.
Acredito que as qualificações tradicionais para o dinheiro foram escritas com a suposição de que existem tantos objetos concorrentes no mundo que são escassos, que um objeto com o valor intrínseco automático certamente prevaleceria sobre aqueles sem valor intrínseco. Mas se não houvesse nada no mundo com valor intrínseco que pudesse ser usado como dinheiro — apenas algo escasso, mas sem valor intrínseco — acredito que as pessoas ainda adotariam algo.”
Embora o ETF de Bitcoin da BlackRock já seja maior que seu ETF de ouro, vale notar que o BTC ainda tem um longo caminho para se igualar ao ouro. Dados do 8MarketCap mostram que hoje o ouro possui um valor de mercado de US$ 18 trilhões, já o Bitcoin vale apenas US$ 1,5 trilhão.
Portanto, o Bitcoin precisa valorizar 12 vezes e alcançar o preço de US$ 915.000 para desbancar o ouro do trono de maior reserva de valor do mundo.