Equipe de Haddad já tem quadro de novas medidas de contenção de gastos para aplacar mau humor do mercado, diz colunista
O Ministério da Fazenda já tem um quadro de novas medidas fiscais para tentar aplacar o mau humor do mercado com o pacote de cortes de gastos anunciado pelo ministro Fernando Haddad no fim de novembro, diz a coluna do jornalista Lauro Jardim no jornal O Globo.
Segundo o colunista, falta apenas o ok do presidente Lula para lançá-las, mas ele ainda não está convencido de que caminho tomar.
Ambos já haviam admitido, anteriormente, que novas medidas de aperto estavam sendo gestadas, lembra a coluna. Lula disse “Seguiremos atentos à necessidade de novas medidas”, e Haddad reconheceu que “apenas esse pacote não é o suficiente”.
Mercado se mantém pessimista desde o anúncio do pacote fiscal por Haddad
Anunciado no fim de novembro por Haddad e aprovado pelo Congresso no último dia 20, o pacote de corte de gastos do governo Lula prevê uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, mas foi mal recebido pelo mercado, que não considera a cifra realista e ainda acredita que as medidas são insuficientes para se atingir o equilíbrio fiscal.
O pessimismo desencadeado com o anúncio levou os juros futuros e o dólar a dispararem, além de derrubar os preços dos ativos de risco.
Diante dos temores dos investidores, a cotação da moeda americana chegou a beirar os R$ 6,30 e tem se mantido acima dos R$ 6, enquanto o Ibovespa retornou ao patamar dos 120 mil pontos.
Também contribuiu para o mau humor do mercado o anúncio da isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil junto com a divulgação do pacote fiscal.
A medida deve ser encaminhada ao Congresso em 2025 para entrar em vigor em 2026 e precisa, segundo Haddad, ser compensada com uma maior tributação dos mais ricos, aqueles que ganham mais de R$ 600 mil por ano.
Agentes de mercado, no entanto, não acreditam que o impacto das medidas tributárias será realmente neutro e acha provável que a tributação dos mais ricos possa ser desidratada ou mesmo não passar no Congresso.