Entenda o que travação votação do pacote fiscal
Apesar dos esforços do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), junto a líderes partidários para mobilizar parlamentares, fechar um acordo e iniciar a votação dos projetos do pacote fiscal ainda nesta semana, as apreciações das medidas de corte de gastos enviadas pelo governo ao Legislativo devem ocorrer apenas na próxima semana.
Líderes consultados pelo Valor afirmam que não há condições de votar nenhuma das três propostas do pacote e pontuam que os próprios relatores indicaram precisar de mais tempo para concluir seus pareceres.
Além dos impasses sobre as emendas parlamentares, outros problemas também dificultam o caminho do governo para a construção de um ambiente político para a votação dos textos. Entre eles, a insatisfação de PSD e União Brasil em relação aos espaços que possuem na Esplanada – cada um dos partidos tem três ministérios – e o apetite dos parlamentares por mais recursos – há quem fale em bônus extra de fim de ano pelo eventual avanço do pacote fiscal nos próximos dias.
Sobre espaços no governo, também há reclamações no PP, de Lira, e no Republicanos, do provável próximo presidente da Casa, Hugo Motta (PB), que estão à frente de uma pasta cada um.
Ainda que entendam que não é possível tirar uma reforma ministerial do papel de uma hora para outra, as siglas esperam acenos do governo de que mudanças que as contemplem serão feitas no próximo ano.
Outros fatores que levam ao adiamento da votação de itens do pacote de corte de gastos para a semana que vem é o fato de que uma eventual análise amanhã seria de forma virtual.
Líderes pontuam que é arriscado colocar os textos do pacote em votação virtual sem ter como medir os votos. Somado a isso, eles lembram que a aprovação das urgências foi apertada, já dando sinais de que o caminho do governo para a apreciação do tema não seria fácil.
No encerramento da sessão desta quinta-feira, a deputada Mayra Pinheiro (PL-CE) terminou a sessão informando que a presidência da Casa convocaria oportunamente sessão deliberativa “com data, horário, ordem do dia a serem divulgas ao plenário nos termos regimentais”, o que aumentou os rumores de que a sessão prevista para sexta-feira será cancelada.
Com informações do Valor Econômico