Em pregão impulsionado por commodities, Ibovespa fecha em alta de 1%; dólar sobe 0,18% e fecha a R$ 6,08
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O anúncio de que as autoridades chinesas precisam implementar políticas fiscais mais “proativas” e políticas monetárias “moderadamente mais flexíveis” foi bem recebido por agentes e ofereceu tração para que o Ibovespa encerasse a sessão em alta de 1% aos 127.210 pontos.
Ao longo do pregão, o índice oscilou entre os 125.946 pontos e os 127.542 pontos.
Ibovespa hoje
Ações de commodities responderam pelas maiores altas do Ibovespa, com destaque para CSN Mineração (+6,68%), Vale (+5,32%) e CSN (+4,39%).
Segundo operadores, o compromisso do governo chinês em ser mais “proativo” no âmbito monetário e fiscal e de resgatar setores fragilizados foi visto como um bom sinal por agentes financeiros.
Papéis da Petrobras, por sua vez, foram beneficiados pela subida nos preços do petróleo diante de incertezas no Oriente Médio após a queda do presidente sírio Bashar al-Assad.
Já ações mais sensíveis a juros lideraram as perdas dentro do Ibovespa, caso de GPA (-5,06%), Petz (-4,51%) e Cogna (-4,17%) em um dia em que os juros futuros voltaram a apresentar forte alta, às vésperas da reunião do Copom.
O movimento vindo do exterior ajudou a reduzir um pouco os temores de que os projetos de lei do pacote fiscal podem não avançar no Congresso, diante da resistência de parlamentares com o tratamento dado pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as emendas parlamentares.
Em um dia de menor liquidez, o volume financeiro ficou em R$ 15,7 bilhões no índice e em R$ 21,2 bilhões na B3.
Dólar hoje
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O dólar à vista encerrou as negociações em leve alta, em um dia em que notícias sobre estímulos à economia da China até chegaram a beneficiar moedas ligadas a commodities (incluindo o real).
Mas a dinâmica não se sustentou por muito tempo, em especial aqui no Brasil.
Operadores afirmam que a dificuldade das pautas fiscais avançarem no Congresso ajudam a alimentar o mau humor do investidor com os ativos brasileiros.
Terminadas as negociações, o dólar à vista encerrou em alta de 0,18% cotado a R$ 6,0820, renovando o mais alto nível histórico de fechamento, depois de ter tocado a mínima de R$ 6,0369 e encostado na máxima de R$ 6,0899.
Já o euro comercial exibiu valorização de 0,19% a R$ 6,4208.
Perto das 17h15, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 0,09%, aos 106,153 pontos.
Bolsas de Nova York
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As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta segunda-feira, com os índices acionários pressionados pela queda da Nvidia e de outras empresas de tecnologia.
As ações da Nvidia recuam depois que a China anunciou uma investigação na fabricante de semicondutores com suspeita de potencial violação de leis antitruste do país, em mais um passo na guerra entre China e EUA.
Com a queda de hoje, Nasdaq e S&P saíram dos patamares recordes registrados na sexta-feira também em um movimento de ajuste dos investidores antes da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro, na quarta-feira.
O Dow caiu 0,54% a 44.401,93, enquanto S&P recuou 0,61% a 6.052,85 e Nasdaq perdeu 0,62% a 19.736,69 pontos.
Com a investigação chinesa, Nvidia recuou 2,55%, pressionando outras big techs. Meta caiu 1,64% e IBM perdeu 3,34%. Amazon também encerrou sua série de sete fechamentos em alta e caiu 0,42%.
A fabricante de processadores Advanced Micro Devices caiu 5,58% depois de ter sua recomendação rebaixada pelo Bank of America.
Já a Comcast perdeu 9,5% depois de informar que perdeu 100 mil assinantes de banda larga.
Entre os setores, o setor financeiro o principal perdedor, recuando 1,41%, seguido de serviços de utilidade pública e serviços de comunicação, com queda de 1,30% cada um.
Entre os bancos, Wells Fargo caiu 2,29%, Bank of America recuou 1,80% e Morgan Stanley perdeu 1%.
Do outro lado, a fabricante de chocolates Hershey subiu 12,5% depois da Mondelez dizer que está interessada em comprar a empresa.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus encerraram o dia em alta, em sua maioria, com avanço nos setores de mineração e de luxo após a China sinalizar que novos estímulos fiscais devem ser anunciados no próximo ano, e com a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) no radar.
O índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,17%, a 521,33 pontos.
O DAX de Frankfurt recuou 0,19% a 20.345,96 pontos.
O FTSE, da bolsa de Londres, teve alta de 0,52%, para 8.352,08 pontos.
Já o CAC 40, de Paris, subiu 0,57%, para 7.480,14 pontos.
As ações da Rio Tinto avançaram 5,23% e as da Antofagasta tiveram alta de 4,91%, após os líderes da China prometerem uma política fiscal mais proativa e uma política monetária moderadamente mais frouxa para o próximo ano, movimentos que podem impulsionar o consumo.
As ações da Kering, dona da Gucci, subiram 3,42%.
Além disso, o BCE deve cortar juros esta semana.
“Embora alguns membros do BCE tenham indicado que um corte maior pode ser discutido, ainda há um consenso muito forte no mercado para um corte de 0,25 ponto percentual”, aponta em relatório o economista do Commerzbank, Rainer Guntermann.
Segundo Guntermann, a porta para novos cortes de juros provavelmente permanecerá aberta com revisões para baixo tanto para o crescimento quanto para a inflação esperadas para o próximo ano, e com a meta de inflação ao alcance.
Com informações do Valor Econômico