Dólar

Em dia de perdas globais, Ibovespa contém estrago e cai 0,46%; dólar sobe 0,56% e vai a R$ 5,74, maior valor desde março de 2021

Em dia de forte aversão a risco, o Ibovespa encerrou em queda o pregão desta segunda-feira, embora afastado das mínimas do dia.

Os principais índices acionários de Nova York desabaram e o Nikkei, da Bolsa de Tóquio, afundou mais de 12%, diante da possibilidade de os Estados Unidos entrarem em recessão.

Números da atividade do setor de serviços americano referentes a julho ajudaram a reduzir as perdas, ao mesmo tempo em que balanços corporativos seguiram no radar dos agentes financeiros.

Ibovespa hoje

No fim do dia, o Ibovespa caiu 0,46%, aos 125.270 pontos. Nas mínimas intradiárias, tocou os 123.073 pontos e, nas máximas, os 125.851 pontos.

O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 18,65 bilhões no Ibovespa e R$ 25,36 bilhões na B3.

Para agentes de mercado, há algumas explicações para que o Ibovespa não tenha acompanhado o mesmo ritmo de queda do S&P 500. Um deles é que o investidor estrangeiro já sacou um alto volume do Brasil, então não há muito mais para ser retirado.

Além disso, os dados do mercado de trabalho nos EUA foram um “estopim para uma realização de lucros generalizada”.

“Aqui a história é outra, estamos subavaliados e os investidores estrangeiros já tiraram bastante dinheiro daqui. Como não participamos da alta dos EUA, não vejo uma razão para a queda”, afirmou um operador.

O movimento de saída do mercado de ações e compra de ativos mais defensivos acontece desde a última semana, após uma série de dados de atividade mais fracos que o esperado nos EUA, mas o grande catalisador foi o relatório oficial de empregos dos EUA, o chamado “payroll”, mostrar o número de vagas muito menor que o esperado na sexta-feira: 114 mil, ante expectativa de 175 mil. Além disso, a taxa de desemprego avançou de 4,1% para 4,3%.

“Estamos no auge do movimento de estresse. Os dados dos EUA, de maneira geral, até hoje, não sinalizaram que estamos com uma economia recessiva, embora o ‘payroll’ tenha vindo realmente muito mais fraco. Os dados que tivemos acesso nos últimos meses não sinalizam isso. Sinalizam, de fato, uma desaceleração controlada”, afirma a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.

A profissional reitera, assim, que os dados do índice de gerente de compras (PMI) de serviços de julho “mostra expansão da atividade, que está desacelerando — e se esperava isso mesmo com a alta dos juros”.

Jennie Li, estrategista de ações da XP, destaca a temporada de balanços de empresas americanas no segundo trimestre como um dos fatores para a queda nas bolsas.

“Esses resultados têm vindo acima das expectativas, mas com uma surpresa de lucros muito menor do que o esperado e uma projeção daqui para frente um pouco mais fraca.”

Assim, ela destaca que o otimismo que o mercado alimentava não está sendo completamente atendido pelos resultados das empresas.

No mercado acionário, papéis de volatilidade alta foram mais pressionados na sessão, como foi o caso de CVC ON e EZTec ON, que perderam 5,95% e 4,24%, respectivamente.

Na ponta positiva estão as ações ordinárias do Bradesco, que subiram 8,30% após resultados trimestrais considerados positivos pelo mercado.

Já os papéis ordinários do Grupo Pão de Açúcar lideraram as altas do pregão, avançando 14,98%, em meio a tratativas de venda da participação na companhia pelo Grupo Casino.

Dólar hoje

O dólar comercial encerrou a sessão em alta e anotou o seu maior nível de fechamento desde março de 2021. A marca foi alcançada mesmo com uma perda de fôlego da moeda americana contra o real ao longo da tarde, que a afastou das máximas intradiárias.

Temores acerca de uma recessão nos Estados Unidos voltaram a fazer com que os investidores liquidassem posições em ativos de risco, o que prejudicou o câmbio local.

O dólar à vista fechou em alta de 0,56%, a R$ 5,7412, após tocar a máxima de R$ 5,8641 e a mínima de R$ 5,7132. Já o euro comercial subiu 1,00%, a R$ 6,2919.

No exterior, o índice DXY – que mede o dólar contra seis pares globais – recuava 0,53%, a 102,66 pontos por volta de 17h15.

O real ainda teve desempenho melhor que o da maioria de seus pares, uma vez que o dólar saltava mais de 2% contra o peso chileno e o peso colombiano. Já contra o peso mexicano, a moeda americana tinha queda de 0,79%.

Bolsas de Nova York

Os principais índices acionários de Nova York fecharam o dia em queda firme, em meio ao sentimento de aversão ao risco que tomou conta dos mercados globais após dados fracos de emprego dos Estados Unidos despertarem temores de recessão no país.

O Nasdaq chegou a cair mais de 6%, enquanto o S&P 500 teve seu pior dia desde setembro de 2022. O movimento foi atenuando ao longo da sessão após dados do setor de serviços terem mostrado avanço. Ainda assim, as bolsas tiveram perdas que chegaram a mais de 3%

Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 2,60%, a 38.703,27 pontos; o S&P 500 recuou 3,00%, a 5.186,33 pontos; e o Nasdaq teve queda de 3,43%, a 16.200,08 pontos. As ações de big techs foram o destaque negativo, com a Nvidia caindo 6,36%, a Apple recuando 4,8% e Amazon perdendo 4,10%.

Bolsas da Europa

Os principais índices acionários europeus encerraram a segunda-feira (5) em queda firme, em meio a forte aversão ao risco global por conta dos temores de que os Estados Unidos entre em recessão após uma leva de dados fracos da economia do país divulgados nos últimos dias.

O índice Stoxx 600 caiu 2,17%, a 487,05 pontos. O CAC 40, de Paris, caiu 1,42%, para 7.148,99 pontos. O DAX, de Frankfurt, por sua vez, recuou 1,82% a 17.339,00 pontos. O FTSE 100, da bolsa de Londres, teve queda de 2,04%, para 8.008,23 pontos.

As fortes perdas na Europa aconteceram na esteira da derrocada do índice Nikkei, do Japão, que fechou registrando a maior queda desde 1987, recuando 12,4%.

“O sell-off global abrupto sugere uma perda significativa de confiança, embora não esteja claro se os dados mais brandos dos EUA estão de acordo com uma desaceleração benigna do crescimento ou se sugerem um pouso forçado real e uma recessão”, disse Kallum Pickering, economista-chefe da Peel Hunt, em nota.

Nesse contexto, o VIX, que mede a volatilidade do mercado, subiu mais de 100%, a 45,75%.

Com informações do Valor Econômico

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