Economia da zona do euro enfraqueceu mais que o esperado e inflação está no caminho certo, diz Lagarde
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, demonstrou mais preocupação com a desaceleração econômica da zona do euro do que com a inflação durante coletiva que se seguiu à decisão de cortar os juros do bloco em 0,25 ponto percentual.
Segundo ela, a atividade econômica está mais fraca que o previsto anteriormente, com a indústria continuando a registrar contração, enquanto o setor de serviços anotou ligeira alta em agosto, sustentado pelo turismo de verão no Hemisfério Norte.
De acordo com a dirigente, a menor confiança pode impedir que o consumo e o investimento se recuperem no ritmo esperado, o que pode ser elevado por riscos geopolíticos, como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, que podem interromper fornecimento de energia e o comércio global.
Lagarde citou a queda nas exportações da zona do euro — principalmente de bens — , ao dizer que o fenômeno está sendo provocado por uma economia mundial mais fraca ou por uma escalada nas tensões comerciais entre as principais economias, algo que pode pesar ainda mais no crescimento da área do euro. “O crescimento também pode ser menor se os efeitos retardados do aperto da política monetária se revelarem mais fortes do que o esperado”, disse.
A dirigente se mostrou mais confiante na queda da inflação. “A maioria das métricas de inflação subjacente está caindo ou estável e ela deve atingir a meta de 2% no decorrer de 2025”, afirmou Lagarde, ao destacar, ainda, que a meta deve ser atingida um pouco antes que o estimado anteriormente.
“Cortamos os juros em 0,25 ponto porque acreditamos que inflação está indo para a meta baseado em várias métricas”, disse, salientando que a decisão foi unânime. “Dados de queda da atividade e da inflação são vistos por toda a zona do euro, o que nos dá confiança de que o processo desinflacionário está no caminho certo. Mas continuaremos a ser dependente de dados para próximas decisões”, disse.
Lagarde, porém, lembrou que a inflação doméstica ainda está elevada, com pressões salariais ainda fortes na zona do euro. Ela reiterou a informação do comunicado, de que a inflação deve aumentar nos próximos três meses, em parte devido a um efeito-base, com as quedas acentuadas anteriores nos preços da energia saindo das taxas anuais. “A maioria das medidas de expectativas de inflação de longo prazo está em torno de 2%.”
*Com informações do Valor Econômico