Mercado financeiro

Dólar perde fôlego após salto recente

O dólar deprecia ante a maioria das principais moedas de países desenvolvidos e emergentes no começo dos negócios nesta sexta-feira (15). No Brasil, o feriado da Proclamação da República mantém os mercados domésticos fechados.

A moeda americana exibiu forte impulso nos últimos dias, impulsionada pela vitória de Donald Trump nas eleições e números fortes de atividade nos Estados Unidos. Ambos os fatores apontam para um ciclo de corte de juros menos agressivo do Federal Reserve (Fed).

Índice DXY

Hoje, no entanto, o dólar devolve parte dos fortes ganhos recentes. O índice DXY, que mede a moeda americana contra seis pares globais, se acomoda na casa dos 106 pontos, após ultrapassar os 107 pontos e bater o seu maior nível em dois anos.

Por volta de 7h30, o índice DXY recuava 0,11%, a 106,480 pontos. Principal componente do índice, o euro anotava alta de 0,34%, a US$ 1,0565, enquanto o dólar caía 0,72%, a 155,335 ienes. A libra ia na contramão e operava estável, a US$ 1,2667, após dados mais fracos que o esperado do PIB e da produção industrial do Reino Unido.

Já em relação a moedas emergentes pares do real, o dólar recuava 0,12% ante o peso mexicano, 0,30% contra o rand sul-africano e 0,26% na comparação com o florim húngaro.

Por que o dólar perdeu força?

Para Derek Halpenny, chefe de pesquisa em mercados globais do banco MUFG, a perda de força do dólar ocorre à medida que o mercado pausa, por ora, o chamado “Trump trade”, que consiste em um conjunto de operações no mercado financeiro que se beneficiariam com a eleição do republicano.

“Isto não deve ser uma surpresa e aponta para o potencial do dólar entrar em uma fase de consolidação, dado o forte movimento de alta desde a vitória eleitoral de Trump”, avalia Halpenny.

Vale ressaltar, ainda, que o dólar não encontra sustentação nesta sexta-feira mesmo depois de comentários de teor conservador do presidente do Fed, Jerome Powell, no fim da tarde de ontem.

Segundo Powell, a força da economia americana tira qualquer pressa sobre o processo de corte de juros do banco central dos Estados Unidos. “A força que estamos vendo atualmente na economia nos dá a capacidade de abordar nossas decisões com cuidado”, afirmou o presidente do Fed em discurso.

Com informações do Valor Econômico

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