Economia

Dólar e juros futuros vão às máximas com queda de commodities e aumento do prêmio de risco

O dólar à vista ampliou o ritmo de alta contra o real nesta manhã e chegou a R$ 5,58, enquanto os juros futuros apagam toda a melhora dos últimos dois dias e operam em alta firme. Operadores mencionam um movimento adicional da frustração em relação à China, que pesa sobre os preços das commodities e afeta as moedas ligadas às matérias-primas. Um maior prêmio de risco também pode ter sido embutido nos ativos. Além disso, os recentes dados mais fortes da economia americana e o discurso cauteloso adotado por dirigentes do Federal Reserve (Fed) também ajudam em uma correção no sentimento dos agentes e na busca por risco observada no último mês.

Perto das 10h45, o dólar comercial era negociado em alta de 0,84%, cotado a R$ 5,5786, enquanto o euro comercial avançava 0,62%, a R$ 6,1103. No exterior, o índice DXY exibia apreciação de 0,22%, aos 102,770 pontos. O real listava pela manhã entre os piores desempenhos do dia, ao lado de moedas como dólar neozelandês, won sul-coreano e a coroa norueguesa (todos relacionados à China ou a preços de commodities).

“Havia uma expectativa muito grande sobre os estímulos da China e, por isso, setembro fechou com o dólar superfraco”, diz o operador de câmbio de uma gestora. “Só que passou o feriado e o anúncio de ontem não foi nada demais”, afirma. “Fora isso, os dados dos Estados Unidos estão vindo fortes e o [presidente do Fed, Jerome] Powell foi ‘hawk’ [duro] na semana passada. E, pelo menos nos sites de aposta, o [candidato republicano Donald] Trump está subindo. Tudo isso vai na direção de um dólar mais forte.”

Segundo um operador de renda fixa de uma grande instituição financeira local, a piora no câmbio tem feito o mercado voltar a precificar uma Selic mais elevada, além de um aumento nos prêmios de risco domésticos.

Com isso, os juros futuros apagam toda a melhora dos últimos dois dias e sobem mais de 10 pontos-base (0,1 ponto percentual) nos vértices intermediários e longos da curva a termo. No horário citado acima, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2026 subia de 12,305% para 12,39%; a do DI de janeiro de 2027 saltava de 12,335% a 12,445%; e a do DI de janeiro de 2029 avançava de 12,335% a 12,45%.

*Com informações do Valor Econômico

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