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Dividendos na conta e ouro nas alturas: Aura (AURA33) tem balanço forte no 3T24 e promete depositar proventos na conta dos acionistas todos os trimestres

A Aura Minerals (AURA33) teve mais um balanço digno de brilhar aos olhos dos analistas no terceiro trimestre de 2024 — e ainda agraciou os investidores com novidades do lado dos dividendos.

Mas vamos por partes — a começar pelo resultado, então.

Não me entenda mal. A companhia continuou no vermelho, com um prejuízo líquido de US$ 11,9 milhões entre julho e setembro. No entanto, a cifra mostra uma desaceleração das perdas de 54% frente ao trimestre imediatamente anterior.

Além disso, segundo a mineradora, o resultado negativo foi “majoritariamente justificado pelo impacto do dos contratos de hedge”. A companhia canadense registrou uma perda não-monetária de US$ 56,7 milhões devido aos ajustes de marcação a mercado (MTM) dos Gold Collars do Projeto Borborema e de Almas.

Em termos ajustados — que exclui valores que não possuem um impacto em caixa, como perdas monetárias relacionadas a contratos de derivativos e variação cambial —, a mineradora teve um lucro líquido positivo em US$ 43,3 milhões.

Na bolsa brasileira, os BDRs (recibos de ações) listados sob o ticker AURA33 iniciaram o pregão em alta de 1,41% por volta das 11h35.

Os papéis mais do que dobraram de valor na B3 neste ano, com valorização de 117% desde janeiro. Já as ações negociadas em Toronto subiram 85% no mesmo período.

O “ouro” do balanço da Aura (AURA33) no 3T24

Mas o “ouro” do resultado do 3T24 não esteve na linha da lucratividade, e sim nos indicadores de geração de caixa e faturamento.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, indicador usado pelo mercado para mensurar a capacidade de geração de caixa de um negócio, chegou a US$ 78,1 milhões no trimestre — um aumento de 160% em relação ao mesmo período de 2023. Por sua vez, a margem Ebitda ajustada foi de 50% entre julho e setembro.

Já a receita líquida da mineradora subiu 41% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, para US$ 156,2 milhões.

O avanço foi apoiado por um maior volume de vendas no período e pelo desempenho robusto do ouro no mercado internacional, que renovou as máximas históricas em meio à volatilidade do cenário macroeconômico e geopolítico.

Veja outros destaques do balanço do 3T24

Com maior estabilidade na maioria das operações e o projeto Almas atingindo capacidade total, a produção total da Aura também avançou 5% no trimestre, totalizando 68,2 mil onças de ouro equivalente (GEO).

Em julho, o CEO Rodrigo Barbosa já havia antecipado ao Seu Dinheiro em entrevista que o segundo semestre de 2024 marcaria uma expansão mais intensa de produção do que a primeira metade do ano, além de custos menores — o que deveria ser traduzido em “ganhos interessantes de margem”.

Para os analistas do BTG Pactual, a disciplina de custos da Aura foi “notável”, com custos de caixa caindo 11% em base anual, para US$ 987 por onça de ouro equivalentes.

As vendas subiram 7% no comparativo anual, para 63,1 mil onças de ouro equivalente.

Por sua vez, a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e o Ebitda dos últimos 12 meses foi de 0,63 vez.

De olho nos dividendos 

Para além do balanço do terceiro trimestre, a Aura Minerals (AURA33) também anunciou novidades do lado dos dividendos. A mineradora informou que vai depositar US$ 17,4 milhões aos acionistas.

Quem possuir as ações da companhia negociadas em Toronto terá direito a US$ 0,24 por papel. A remuneração será depositada em 2 de dezembro.

Já os investidores que detiverem os BDRs receberão US$ 0,08 por papel AURA33. Nesse caso, o pagamento será feito, em reais, até 18 de dezembro.

Para ter direito à remuneração, é preciso possuir ações ou BDRs da Aura até o dia 15 de novembro. A partir do dia 16 do mesmo mês, os papéis serão negociados “ex-direitos” e tendem a sofrer um ajuste na cotação.

Isso significa que o investidor pode optar por comprar os papéis até a data limite e receber a remuneração ou aguardar o dia 16 e adquirí-los por um valor menor, mas sem o direito aos dividendos.

Além disso, a Aura Minerals estabeleceu uma nova política de proventos, se comprometendo a distribuir remunerações trimestrais aos investidores no montante de 20% do Ebitda ajustado.

“Ouro” na carteira de investimentos

Na avaliação do BTG Pactual, a Aura Minerals (AURA33) é uma oportunidade atraente não só para quem deseja se expor ao ouro, mas também para o investidor que busca a diversificação de portfólio, oferecendo crescimento e retornos sólidos ao longo do tempo. 

“Após vários trimestres de desafios operacionais, a Aura agora está demonstrando seu potencial, evidenciado por este sólido desempenho trimestral”, disse o banco. 

O BTG manteve recomendação de compra para os BDRs da Aura, listados na bolsa brasileira sob o código AURA33, com preço-alvo de R$ 32 para os próximos 12 meses, uma valorização potencial de 33% em relação ao último fechamento.

De acordo com o banco, a tese mais otimista baseia-se em cinco pilares principais: valuation barato, impulso de ganhos melhorado, fundamentos sólidos para as cotações do ouro e perspectivas promissoras de crescimento da operação.

Segundo o banco, os papéis possuem um desconto robusto de quase 50% em relação aos pares, atualmente negociados a um múltiplo de 0,6 vez a relação entre preço e valor patrimonial líquido.

Para os analistas, a empresa se destaca com um plano de expansão agressivo que pode quase dobrar a produção nos próximos anos por meio de projetos de alto valor — e os investidores que compram a Aura hoje recebem esses projetos “de graça”.

“À medida que a Aura aumenta sua produção para mais de 400 mil onças ao ano, esperamos que ela se beneficie de um prêmio de valuation, se aproximando cada vez mais dos pares globais.”

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