Debêntures incentivadas registram recorde de emissões este ano
Empresas citadas na reportagem:
As empresas captaram o valor recorde de R$ 120,3 bilhões de janeiro a novembro com as debêntures incentivadas. O volume é recorde, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Trata-se de um crescimento de 77,4% em relação ao montante registrado em todo o ano de 2023 (R$ 67,8 bilhões). Em novembro, as ofertas somaram R$ 8,5 bilhões.
As debêntures incentivadas experimentaram neste ano um dos melhores momentos desde 2011, quando foram criadas pela Lei 12.431. Além do salto nas emissões, o mercado secundário tornou-se mais líquido no ano e deve continuar com resultados positivos em 2025.
Análise por setor
Na análise por setor, Energia Elétrica continua liderando no acumulado dos 11 primeiros meses do ano, concentrando 39,4% do volume total emitido. A seguir vem o setor de Transportes e Logística (23,5%). E, em seguida, o setor de Saneamento (10,1%).
A Anbima cita ainda uma operação da Vale (VALE3) em novembro. Vale lembrar que o setor de Mineração entra na categoria Outros, que este ano responde por 9,2% das emissões. Já o prazo médio dos papéis alcançou 12,6 anos no período. O que supera a média de 7,8 anos observada nas debêntures em geral (com e sem benefício fiscal).
Mercado secundário
No mercado secundário, as negociações de debêntures incentivadas alcançaram o volume recorde de R$ 254,7 bilhões. É quase o dobro (crescimento de 97,3%) em relação ao registrado em 2023 completo.
“Os resultados mostram a evolução desse instrumento ao longo dos anos, atraindo cada vez mais empresas e investidores em uma trajetória sustentável, e ganhando cada vez mais importância na matriz de financiamento dos investimentos em infraestrutura”, afirma em nota Cristiano Cury, coordenador da comissão de renda fixa da Anbima.
Quanto à subscrição das ofertas este ano, 57,6% foram adquiridas por intermediários e demais participantes ligados à oferta; 27,9% por fundos de investimento; 10,8% por pessoas físicas; 3,6% por demais investidores institucionais; e 0,03% por estrangeiros.
Com informações do Valor Econômico