Dados podem ser ‘poupança’ para usuários do sistema financeiro?
Roberto Campos Neto fez um balanço sobre os principais projetos de sua gestão. Assim, em evento da ANFIDC, o presidente do Banco Central se dedicou a falar sobre aspectos técnicos da sua gestão e relacionou o Pix ao aumento da bancarização.
Dessa forma, ele falou também dos efeitos do open finance sobre a democratização dos serviços financeiros, cujos efeitos mais importantes serão observados após sua gestão. Campos Neto deixa o comando do BC no fim deste ano.
“No final de 2025 a gente já vai ter alguns agregadores, alguns superapps, ou como algumas pessoas gostam de chamar, marketplace de finanças. Você não vai ter mais um app de cada banco, vai ter um app sincronizado com seus dados centralizados e uma experiência muito mais rica”, avalia.
Campos Neto defende marketplace de finanças
Então, Campos Neto entende que esse marketplace de finanças poderá oferecer “spread melhor, preço melhor e outras ferramentas como monetização de dados”, acrescenta.
“Uma coisa que a gente não conseguiu resolver como sociedade é que as pessoas produzem dados ao longo da vida, mas não conseguem monetizar esses dados”, avalia Campos Neto.
Lógica semelhante: dados e poupança
Dessa forma, o presidente do BC diz que a forma correta de pensar em dados é compará-los a uma poupança.
Assim, o raciocínio dele é que dados são importantes para uma empresa. Assim, ela pode entender padrões de consumo. Por isso os donos devem ser remunerados.
Dessa maneira, ele relaciona esse novo potencial de o cliente do sistema financeiro lucrar com suas informações com a dinâmica desses novos marketplaces substituindo apps de bancos.
“A ideia é tokenizar os dados. E já temos algumas empresas trabalhando nisso”.
Então, ele se refere ao processo de transformar dados sensíveis em acessíveis via generalização e fragmentação das informações para que as pessoas não sejam identificadas.
Mas que as companhias possam entender o comportamento do cliente.
Inteligência artificial
Campos Neto falou ainda sobre o papel da inteligência artificial nessa nova fase de financeirização das informações.
Dessa maneira, ele menciona a IA preditiva como uma tecnologia capaz de acrescentar eficiência a cálculos de risco. Além disso, falou que IA generativa deve gerar “contribuição muito grande em termos de aconselhamento financeiro”, com a tecnologia assumindo cada vez mais a figura de “grande advisor”.