Analise

Cúpula do BRICS propõe Bitcoin como solução para sanções contra a Rússia

Os legisladores do BRICS estão impulsionando uma nova estratégia econômica que envolve os mineradores russos vendendo seus bitcoins para compradores internacionais.

Segundo um relatório compartilhado por Matthew Siegel, chefe de ativos digitais da VanEck, a medida permitiria que os países membros utilizassem Bitcoin e outras criptomoedas para realizar importações, contornando as sanções ocidentais.

O impacto das sanções sobre a economia russa tem sido severo, mas as criptomoedas estão emergindo como uma alternativa aos sistemas financeiros tradicionais dominados pelo dólar americano.

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Richard Wolff, economista americano e professor emérito da Universidade de Massachusetts Amherst, destacou o crescente poder do BRICS frente à estagnação dos Estados Unidos.

Em suas palavras: “Estamos em declínio… e tentando nos manter”, referindo-se ao enfraquecimento da hegemonia americana.

Rússia e BitRiver avançam em expansão de mineração cripto para os países do BRICS

Na cúpula do BRICS, o presidente russo Vladimir Putin abordou diretamente o uso do dólar como arma política, afirmando: “O dólar foi usado como arma. É verdade… Se não nos deixam trabalhar com ele, o que mais devemos fazer? Devemos buscar outras alternativas”.

A declaração de Putin reforça o compromisso dos países do BRICS em explorar novos caminhos para cooperação econômica, sendo as criptomoedas uma das alternativas mais promissoras.

Enquanto isso, a Rússia está desenvolvendo uma infraestrutura de pagamento que evita o sistema SWIFT, com o objetivo de apoiar a desdolarização.

Além disso, a BitRiver da Rússia, em parceria com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), está lançando um projeto de mineração que visa criar centros de dados de criptomoedas e inteligência artificial em todos os países do BRICS.

Este movimento estratégico pretende aumentar o poder computacional e reduzir a dependência de tecnologias e sanções ocidentais, em um momento em que novas regulamentações russas, implementadas em agosto de 2024, oferecem clareza para operações de mineração no país.

O CEO da BitRiver, Igor Runets, destacou que a empresa já opera 21 data centers na Rússia e está construindo mais 10, mas agora o foco está nos mercados BRICS.

Ele declarou que, junto ao RDIF, a empresa criará uma infraestrutura robusta baseada na mineração de criptomoedas, conectando esses centros a tecnologias avançadas de IA.

A escassez global de data centers que suportem grandes demandas de eletricidade coloca os países do BRICS como alvo estratégico para essa expansão, visto que a mineração de criptomoedas requer grandes quantidades de energia.

Embora ainda não existam acordos específicos com os países do BRICS, a Rússia já sinalizou sua ambição de explorar esses mercados.

Kirill Dmitriev, CEO do RDIF, afirmou que o fundo está se concentrando em ampliar o potencial dos data centers na região, preparando as nações para um futuro dominado por tecnologias de ponta como IA e cripto.

A expectativa é que essa expansão possa aumentar o PIB coletivo dos países do BRICS em US$ 370 bilhões anuais, fortalecendo o papel da Rússia no cenário global de computação.

Ao mesmo tempo, a Rússia aproveita essa oportunidade para contornar sanções ocidentais. Legisladores estão propondo que mineradores russos vendam suas criptomoedas para compradores internacionais, que poderiam usar esses ativos para pagar por importações, bypassando os sistemas financeiros dominados pelo dólar.

Com o apoio do Ministério da Energia russo, que promete fornecer energia excedente para operações de mineração, a Rússia se posiciona como um player crucial na economia digital global.



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