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cuidados com títulos de renda fixa americana

A renda fixa americana se tornou uma boa opção de investimento neste ano devido às taxas de juros dos EUA em níveis recordes. Até julho, os brasileiros já haviam aplicado US$ 9,3 bilhões em títulos de renda fixa americanos, mais do que o dobro do ano anterior. Porém, com a tendência de queda na taxa de juros, será que essa classe de ativos ainda é uma boa opção? E quais são os principais cuidados na hora de investir na renda fixa americana? Confira logo abaixo.

Investir nos EUA: fatores centrais ao investir em títulos de renda fixa americana

Na renda fixa americana, assim como no Brasil, o investidor empresta dinheiro para governos, empresas ou instituições financeiras, recebendo juros em dólar. Aliás, a Inteligência Financeira te mostrou neste texto como investir em renda fixa no exterior.

De acordo com o economista José Cassiolato, sócio da RGW Investimentos, ao considerar a renda fixa americana, o investidor deve levar em conta dois fatores importantes: a denominação dos títulos em dólares e a indexação prefixada.

“No Brasil, a estabilidade do retorno em reais, proporcionada pelas taxas pós-fixadas (como o CDI), permite que o investidor não experimente grandes variações patrimoniais durante o período de investimento. Entretanto, no caso da renda fixa americana, as flutuações cambiais, ou seja, a valorização ou desvalorização do real frente ao dólar, impactam diretamente o valor do investimento quando convertido para reais”, pontua o especialista.

Prefixados

Além disso, segundo Cassiolato, o mercado de renda fixa nos Estados Unidos é majoritariamente composto por títulos prefixados. “Isso significa que, ao longo do período de investimento, o valor do título pode flutuar conforme a variação das taxas de juros exigidas pelo mercado. Em um cenário de queda nas taxas de juros [como o atual], os títulos podem se valorizar. Por outro lado, uma alta nas taxas pode levar a uma desvalorização do título, refletindo na sua precificação”, afirma o economista.

Assim, na avaliação do especialista, o investidor precisa analisar qual é a exposição ideal ao dólar, considerando o seu perfil. Além disso, precisa construir uma carteira de investimentos com a sensibilidade correta às taxas de juros, mais uma vez considerando o seu perfil e as condições do mercado.

“Títulos com vencimentos mais curtos, por exemplo, tendem a ser menos sensíveis às variações nas taxas de juros”, pontua Cassiolato.

Vale ressaltar que o efeito Trump também mexe com a renda fixa nos EUA; confira qual é a oportunidade para o investidor brasileiro.

Afinal, vale a pena investir na renda fixa americana?

Apesar das flutuações intensas que ocorreram no mercado cambial nos últimos meses, para aqueles investidores que buscam uma exposição estrutural ao dólar, o mercado de renda fixa oferece taxas historicamente altas, segundo o economista. Atualmente, a taxa de referência paga pelos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos está em torno de 4,5% ao ano.

“O mercado americano, sendo mais profundo e diversificado que o mercado local, oferece uma série de oportunidades. Nesse contexto, é essencial contar com um aconselhamento personalizado, alinhado aos seus objetivos. Parâmetros como risco de crédito, estruturação do ativo, segmentos de mercado e a duração média da carteira devem ser cuidadosamente ajustados para atender às necessidades de cada investidor”, conclui Cassiolato.

Investir nos EUA: cuidados ao investir na renda fixa americana

Em resumo, ao investir em títulos de renda fixa americana, é fundamental levar em conta alguns pontos:

  • Perfil de investidor: avalie seu apetite ao risco e objetivos; 
  • Custos: analise os custos associados ao investimento, como corretagem, abertura de conta e envio de remessas;
  • Risco cambial: é preciso ficar atento ao risco de perdas em caso de valorização do real, que deprecia o rendimento em dólares;
  • Prazo do título: o prazo do título deve estar atrelado ao objetivo para o uso do dinheiro investido; 
  • Classificação de crédito: avalie a classificação de crédito e a saúde financeira do emissor; 
  • Risco de taxa de juros: saiba que as mudanças nas taxas de juros afetam os preços da renda fixa; 
  • Risco de liquidez: por fim, vale ressaltar que alguns títulos podem ter baixa liquidez, o que pode dificultar a compra ou venda.

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