Coreia do Sul investiga 215 suspeitos envolvidos em golpe de R$ 1,3 bilhão com criptomoedas
A Polícia da Coreia do Sul investigou 215 suspeitos de participarem de um grande esquema envolvendo criptomoedas. Doze pessoas tidas como os líderes do golpe já foram presas.
Em suma, os suspeitos são acusados de promoverem criptomoedas que não possuíam nenhum valor. No total, a quadrilha teria causado um prejuízo de 320 bilhões de won sul-coreanos (R$ 1,3 bilhão) para a vítimas.
O crime foi praticado entre dezembro de 2021 e março de 2023 e lesou mais de 15 mil pessoas.
Golpistas incentivavam vítimas a fazer dívidas e vender imóveis para injetar mais dinheiro
Segundo o relatório da polícia, o líder do esquema criou dezenas de empresas para convencer as vítimas a entrarem no esquema, isso incluia empresas de investimento e de venda, mas também outras com funções mais distintas.
Como exemplo, é notado que o grupo promoveu a venda de 28 criptomoedas diferentes e que seis delas foram criadas por eles mesmos. Não fosse o bastante, o grupo chegou a contratar uma empresa de criação de mercado de outro país para manipular o preço dessas criptomoedas.
O nome dessas moedas não foi revelado.
Já os vendedores apresentavam essas criptomoedas como “uma oportunidade para mudar sua vida” e também incentivavam a criação de dívidas e venda de bens para participar do esquema.
“Você deve investir até o fim, mesmo que tenha que vender seu apartamento ou fazer empréstimos”, diziam os golpistas para as vítimas.
As investigações começaram quando a Polícia recebeu denuncias de que o grupo estava prometendo retornos de 30 vezes sobre o valor investido. No total, 1.444 contas bancárias foram apresentadas com evidências de que foram usadas para lavagem de dinheiro.
Devido ao tamanho do esquema, que fez cerca de 15 mil vítimas e causou um prejuízo de R$ 1,3 bilhão, a Polícia investigou 215 pessoas e prendeu 12 que foram considerados os principais membros da organização.
A Polícia nota que um dos líderes fugiu do país, mas que as autoridades conseguiram o encontrar e confiscaram 22 carteiras contendo o equivalente a 2,2 bilhões de won sul-coreanos (R$ 9 milhões) em Bitcoin.
Além disso, também foi solicitado o confisco de bens avaliados em 47,8 bilhões de won (R$ 197 milhões) de outros acusados.
Golpistas não pararam por ai
Além de vender criptomoedas que não possuíam nenhum valor e eram manipuladas, os golpistas aplicavam outros golpes a essas mesmas vítimas conforme elas viam seus investimentos desabarem.
Como destaque, a Polícia da Coreia do Sul cita a prática do golpe de phishing para roubar dados. Com essas informações em mãos, os golpistas roubavam outros investimentos das vítimas e até mesmo tomavam empréstimos em seus nomes.
O caso foi noticiado pela Polícia como “o maior golpe de investimento em criptomoedas”. Acusados de formação de quadrilha, fraude financeira, fraude qualificada e lavagem de dinheiro. Os suspeitos podem pegar até 23 anos de prisão.